Na campanha eleitoral de 2004, o então candidato e, hoje, prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), afirmou, durante audiência pública, realizada na escola estadual Marcelo Cândia, na noite de terça-feira do dia 14 de setembro, que, “no seu governo, as crianças e os adolescentes seriam prioridades”.
Na ocasião, Sobrinho atribuiu à falta de assistência à criança e ao adolescente como um problema de caráter gerencial, e não de recursos, e que, “em sua administração isso não aconteceria”.
Sobrinho prometeu, também, “criar grupos de educadores e administradores” para comporem parcerias com as entidades ligadas às crianças e aos adolescentes, a fim de buscarem soluções para os problemas que afetam esses segmentos da sociedade.
As declarações de Sobrinho foram reproduzidas na página 5 (política), do jornal Alto Madeira, edição do dia 16 de setembro daquele ano, com o titulo “para Sobrinho, crianças e adolescentes são prioridades”, com direito, inclusive, a foto, na qual aparece ao lado do Coordenador Estadual da Associação Brasileira dos Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude de Rondônia, Valdecir Castellar Citon, mediador do debate.
Vê-se, pois, que, do discurso a pratica, há um fosse abissal. Recentemente, o prefeito vetou um projeto de lei do vereador Cláudio da Padaria, que sugeria a climatização das escolas municipais. Se depender do prefeito e de muitos que o cercam, as crianças continuarão no calor.
Há pouco, o site Rondoniaovivo denunciou o estado de abandono em que se encontra uma escola de música localizada na Zona Leste, comprometendo o sonho de muitos adolescentes. Some-se a isso o enorme contingente de crianças que estão sem estudar por falta de vagas nas escolas da rede municipal.
A sociedade até que se tem esforçado para cumprir o seu papel, mas não faz, exatamente porque, de certos dirigentes não lhe vêm os exemplos mais dignificantes e educadores.
Mesmo assim, e malgrado o verdadeiro bombardeio de mensagens destituídas de qualquer conteúdo ou preocupação ética, eleição após eleição vem o eleitor alcançando novos e superiores patamares de compreensão e sensibilidade.
Estamo-nos aproximando de novos pleitos eleitores. Em outubro, vamos escolher presidente da República, governador, senadores, deputados federal e estadual. Até lá, porém, muita tolice, muita promessa, muita conversa mole e muito destempero serão testemunhados. Entretanto, quando os candidatos não são os primeiros a dar o exemplo, acabam por ser exemplados pelos votantes.