SAÚDE: Quais cuidados tomar por causa da fumaça em Porto Velho?

 

Na última sexta-feira (16) o jornal Rondoniaovivo entrevistou Marcell Silva Costa, médico - formado pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e especializado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) - pneumologista que pontuou alguns cuidados necessários que devemos tomar durante a época de queimadas para melhor preservar a saúde. Como contou o jornal, Porto Velho, capital de Rondônia, tem sido a cidade com a pior qualidade de ar do Brasil segundo a IQAir, empresa de tecnologia suíça especializada em monitoramento de qualidade de ar. 

 

Silva Costa concorda com a analogia dos ‘cigarros equivalentes’, como demonstrada pelo jornal nesta reportagem, e expande o assunto ao relatar os efeitos da exposição ao PM2,5. “Ao longo prazo [de exposição] existe uma associação com câncer de pulmão. Isso é bem claro. Câncer de pulmão e ‘DPOC’, que é doença pulmonar obstrutiva crônica, é conhecida como enfisema”, disse o médico. “Além da bronquite crônica, [que é] uma doença típica do paciente tabagista. Então, existem pacientes que desenvolvem DPOC por conta da exposição à poluição. Simplesmente pela poluição urbana, poluição de maneira geral, poluição atmosférica”, pontuou Silva Costa.

 

 

Silva Costa compartilhou com a reportagem do jornal Rondoniaovivo alguns cuidados que podem ser tomados durante a época de queimadas. “A primeira recomendação é manter uma boa hidratação. Ingerir bastante líquido - fazer uma ‘hidratação sistêmica’, por via oral, nasal e ocular”, disse.

 

O médico recomendou, para aqueles que sentem os olhos secos e irritados por conta da fumaça, a utilização de colírios de ‘lágrimas artificiais’ - chamados nas farmácias de ‘carmelose sódica’. Para aliviar as narinas, o doutor recomenda lavagem nasal. “Feita com soro fisiológico para tirar essa sensação de obstrução, de ressecamento nasal - e reduzir a chance de sangramentos e de rinite”. 

 

De acordo com ele, é melhor manter as janelas abertas do que fechadas. “É importante manter o ambiente arejado, principalmente dentro de casa e no quarto que a gente dorme”, disse Marcell - que recomenda o uso de umidificadores, mas com ressalvas. 

 

“Usar um umidificador, recipientes com água, uma toalha molhada são [boas] recomendações. A umidificação do ar é importante para ser utilizada em períodos de baixa umidade relativa do ar. Então, nessa época do ano, especialmente durante esse período de seca, a umidade, principalmente quando reduzida abaixo de 30%, cria um período de atenção, de alerta - já que podem surgir alguns sintomas. Nessa fase, é importante utilizar um umidificador de ar.”, afirma o médico.

 

“O único cuidado que tem que ter é com a higienização, porque [o umidificador] é um local que favorece o acúmulo de fungo, de mofo, e isso pode até ser prejudicial à parte respiratória, à saúde respiratória.”

 

Silva Costa também frisou a importância de manter o ambiente de convivência limpo. “Evitar varrer, [de preferência] passar um pano úmido. Porque o ato de varrer levanta muito o pó. Deixa o pó em suspensão.”, disse. O médico também recomenda atentar-se à limpeza mais frequente de ar-condicionados e filtros de ar. “Essas são medidas gerais que ajudam”.