Objetivo é formar elite de alunos e professores, num projeto quer deverá servir de referência para o país
Os projetos da Fundação Rondônia (pesquisas científicas e tecnológicas), do novo modelo de ensino médio e de regularização fundiária rural e urbana, que recebem atenção especial do governo do Estado e têm como consultores o ex-ministro de Assuntos Estratégicos, professor Mangabeira Unger e seu assessor Alberto Lourenço, deram um importante passo na manhã desta terça-feira (13) em mais uma rodada de reuniões de trabalho com o governador Confúcio Moura, secretários e técnicos das respectivas áreas, no Palácio Getúlio Vargas.
O ensino médio diferenciado em discussão, a menina dos olhos para o setor educacional, já começa em fevereiro do próximo ano, inicialmente com uma escola que atenderá a 245 alunos. O modelo escolar está sendo construído em parceria pela Secretaria de Estado da Educação e Universidade Federal de Rondônia (Unir) e funcionará em regime integral, isto é, os alunos entrarão pela manhã e só sairão a noite. O currículo incluirá disciplinas ambientais e tecnologia da informação, além de atividades esportivas, culturais, musicais e artes.
O corpo docente será formado por professores especializados, detentores de, no mínimo, pós-graduação. Essa é uma das grandes preocupações do governador Confúcio Moura, vez que a adesão de professores da rede estadual, que terão de trabalhar com dedicação exclusiva e com a mesma remuneração, pode ser dificultada. Para afastar o risco, Moura propôs a elaboração de um edital pela Seduc para a contratação de uma organização social para gerir a unidade escolar.
Na reunião desta manhã, da qual participaram além do governador Confúcio Moura, do professor Unger e de seu assessor Alberto Lourenço, a secretária-adjunta da Educação, Suely Aragão; a vice-reitora da Unir, Maria Cristina Victorino e a responsável pelo projeto na Seduc, Teresa Sabino, além de outros técnicos, debateu-se sobre a possibilidade de contratação de uma organização social, como acontece em outros estados, como Ceará e Pernambuco, na área da educação; e Rio de Janeiro e São Paulo, na área da saúde, é uma saída para se pagar salários diferentes a profissionais que cumprem jornadas diferentes.
Entre uma fórmula e outra, o governo acha que é possível conciliá-las e encontrar um meio para que a organização social contratada para gerir a escola possa contratar professores da rede estadual e pagar-lhes um adicional.
O novo modelo de ensino médio começa a ser implantado em 2011 com uma escola e será ampliado aos poucos, com três escolas em 2012 e um salto para 11 unidades em 2014, com algumas no interior. Ainda neste ano será feito um seminário para os professores que quiserem se capacitar para atuar na escola e em seguida começam os cursos de especialização de pós-graduação e mestrado, oferecidos pena Unir.
Especialização
O objetivo maior da escola, segundo seus idealizadores, é formar uma elite de alunos que será preparada para disputar os primeiros lugares nos vestibulares que disputar. Para freqüentar a escola, os interessados deverão ser aprovados numa prova de 40 questões, com ênfase para texto, português e matemática. Para garantir reserva de vagas, 70% serão destinadas a alunos da rede pública e 30% abertas a comunidade em geral.
Para o professor Mangabeira Unger, apesar de começar por uma escola, o projeto não será uma ilha dentro do sistema. “Nossa concepção é de mudança da rede pública como um todo”, disse.
Diferencial
O ideário pedagógico, principal instrumento da educação diferenciada, também será um material único. Para isso, estão em estudos parcerias com as fundações Victor Civita e Uniban para confecção do material pedagógico. Mangabeira Unger, que reside nos Estados Unidos, mas faz questão de participar efetivamente das discussões, vai interagir com os executores por meio de vídeo-conferências. A primeira já está marcada para o próximo dia 27, a partir das 14h.
Modelo
Nesta quarta-feira (14) o governador Confúcio Moura terá audiência com a presidente Dilma Roussef, oportunidade que aproveitará para pedir apoio e oferecer o modelo de ensino diferenciado de Rondônia, como referência dentro do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), que está sendo lançamento pelo governo federal. O Pronatec tem como objetivo expandir a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio.