FENTANIL: Droga que mais mata nos Estados Unidos foi produzida em MG

Operação da Polícia Civil do Espírito Santo encontrou fentanil produzido em indústria de Montes Claros em meio a outras drogas que seriam vendidas

FENTANIL: Droga que mais mata nos Estados Unidos foi produzida em MG

Foto: Ilustrativa

O Fentanil é uma substância que tem efeito de causar euforia e relaxamento, está se tornando uma epidemia nos Estados Unidos. Somente em 2022, segundo a Administração de Fiscalização de Drogas (DEA), mais de 60 mil pessoas morreram ao fazer o consumo da droga no país. 

 

Normalmente utilizada em hospitais, a substância foi encontrada nas mãos de traficantes do Espírito Santo, em uma operação realizada no começo de fevereiro, na cidade de Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória. Na ocasião, 31 ampolas de fentanil foram apreendidas com traficantes, presos por também portarem outras drogas como maconha e cocaína. 

 

“Chegamos a esse depósito e encontramos a maconha e cocaína que estávamos investigando. Encontramos essas 31 ampolas de fentanil, que é a matéria-prima, um medicamento anestésico para dor. No rótulo tinha estampado que era para uso hospitalar”, explicou o delegado Tarcísio Otoni, titular do Departamento Especializado de Narcóticos do Espírito Santo. 
 
 
Ao investigarem a origem do fentanil apreendido, a PC capixaba chegou a uma indústria farmacêutica localizada em Montes Claros, em Minas Gerais. Segundo Otoni, a indústria é regularizada e tem licença para produzir a substância. A investigação é saber quem desviou as ampolas que foram parar nas mãos de traficantes capixabas. 
 
 
“Não quer dizer que o desvio ocorreu lá [na indústria]. Esse produto foi fabricado na região de Montes Claros, mas foi transportado para uma distribuidora que o transportou para hospitais. Estamos investigando passo a passo da distribuição para sabermos onde houve o desvio”, explicou o delegado.
 
 
Compreender em que parte do traslado houve o desvio é o mais difícil da investigação, segundo o delegado capixaba. “Esse desvio pode ter ocorrido tanto na produção, no transporte, na distribuição, no hospital, ou até mesmo no descarte”, ressaltou o titular de Narcóticos. 
 
 
Comparação com o crack
 
Segundo Tarcísio Otoni essa foi a primeira apreensão de fentanil registrada no Brasil. O caso evidencia, na visão dele, que os traficantes brasileiros estão importando o consumo da droga, que é epidêmica nos EUA, tal qual ocorreu com o crack há algumas décadas. 
 
 
“Os EUA, na década de 80, viveram a epidemia do crack, como estamos vivendo no Brasil há algum tempo. Agora os EUA estão passando pela epidemia de opioides, como o fentanil, que é o maior responsável pelas mortes. Quando vemos que essa droga surge nas mãos de traficantes no Brasil, vemos que eles querem criar demanda aqui”, salientou o delegado. 
 
 
A suspeita do delegado é que esse fentanil apreendido em Cariacica seria usado em uma mistura com a cocaína. “Nesse depósito que apreendemos havia também outras substâncias para mistura da cocaína. O usuário usa cocaína e, na sequência, o fentanil para dar uma relaxada no corpo. Só que essa mistura pode ser fatal”, ressaltou Otoni. 
 
 
O delegado deseja, a partir dessa investigação, colocar luz sobre o tráfico de opioides no Brasil antes que o país possa sofrer com os problemas registrados nos Estados Unidos. 
 
 
“O fentanil tem produção controlada. Já que identificamos isso, precisamos reforçar com as autoridades sanitárias o recrudescimento das fiscalizações para fechar o cerco de qualquer possível criação de demanda no Brasil para evitar o que aconteceu nos EUA”, finalizou o delegado capixaba.
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