Inpe faz projeções inéditas relacionando desmatamento e aquecimento
Foto: Divulgação
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está concluindo um estudo, ainda inédito, que cria diferentes modelos de como a Amazônia será afetada pelo aquecimento global e pelo desmatamento. É a primeira vez que os dois fatores são analisados de forma simultânea para a Amazônia. Os modelos são calculados por computador.
Na estimativa mais otimista calculada pelo Inpe, caso haja um aumento da temperatura de 2,5 graus centígrados e o desmatamento de 40% da área original da floresta, por volta de 2050 restarão apenas 70% da floresta tropical. A projeção leva em conta que uma parte das áreas desmatadas conseguirá se recuperar.
Segundo Carlos Nobre, pesquisador do Inpe que coordena a pesquisa, a hipótese mais pessimista analisada é a de que até 2100 sejam desmatados 60% da área original da floresta e, simultaneamente, haja um aumento médio de temperatura de 5 graus centígrados. Neste caso, apenas 40% da Amazônia sobreviveria.
As áreas que perderem floresta tropical devem ficar em sua maioria com vegetação de cerrado (savana), como já se observa em regiões de desmatamento atualmente.
Daí a importância de serem calculadas diversas hipóteses com diferentes variáveis. Para fazer o estudo, o Inpe utilizou dados de desmatamento produzidos no próprio instituto e cenários de emissão de gases de efeito estufa e aquecimento global do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em todos os casos analisados pelo Inpe, o noroeste do Amazonas, cortado pelos Rios Solimões e Negro, é a região que melhor resiste às mudanças climáticas. “Aquela região, pela proximidade com a Cordilheira dos Andes, consegue manter seu regime de fortes chuvas”, explica Carlos Nobre.
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