CRISE: Mais uma empresa do grupo 123milhas pede recuperação judicial

Empresa associa pedido a "efeitos no mercado de agências de turismo online, decorrentes da reestruturação da 123milhas"

CRISE: Mais uma empresa do grupo 123milhas pede recuperação judicial

Foto: Reprodução/Twitter

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A Maxmilhas, empresa do grupo da 123milhas, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (21), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
 
Segundo a companhia, o pedido de recuperação judicial se deve, principalmente, aos efeitos no mercado de agências de turismo online decorrentes da reestruturação da 123milhas.
 
“Ainda que a Maxmilhas tenha uma operação independente, o mercado de agências de turismo online tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira da Maxmilhas”, diz a empresa em nota.
 
Caso o pedido da empresa seja acatado pela Justiça, todos os processos de credores movidos contra a companhia passam a seguir os trâmites de recuperação judicial.
 
A Maxmilhas informa ainda que a medida tem como objetivo “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com parceiros, fornecedores e clientes e organizar, com máxima transparência, os débitos em um só juízo”.
 
O comunicado diz que a empresa avalia que, desta forma, poderá acelerar a quitação de todos os valores devidos e restabelecer o mais rapidamente possível seu equilíbrio financeiro e operacional.
 
A Maxmilhas afirma que não haverá suspensão de nenhum produto e que não irá cancelar passagens ou reservas de hospedagens. A empresa acrescenta que não existem pendências trabalhista entre os débitos contemplados no pedido de recuperação judicial.
 
A companhia destaca ainda que, em caso de cancelamentos unilaterais por parte de hotéis, operadores do setor hoteleiro e fornecedores de passagens aéreas, “as empresas poderão ser notificadas extrajudicialmente por descumprimento de contratos vigentes e por desrespeitarem o artigo 7º, parágrafo único, e art. 25, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, que trata sobre a responsabilidade solidária pelo serviço ofertado por todos os fornecedores da cadeia de consumo”.
 
 
Maxmilhas e 123milhas
 
Segundo informações coletadas pela CNN na Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), do governo federal, a agência de viagens 123milhas foi fundada na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, em 2016.
 
O quadro de sócios da companhia é composto pelos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, no papel de administradores, e pela Novum Investimentos Participações S/A, como sócia.
 
Ramiro e Augusto também aparecem no quadro societário da Maxmilhas e da HotMilhas.
 
A 123milhas e a Maxmilhas anunciaram um plano de fusão das empresas em janeiro de 2023.
 
A segunda empresa também tem sede em Belo Horizonte, e foi fundada em 2012 por Max Oliveira. Porém, atualmente, os administradores da 123milhas são os únicos que constam no quadro societário da empresa, sendo Ramiro o presidente, e Augusto no cargo de diretor.
 
Apesar disso, a Maxmilhas afirma ter operações independentes da 123milhas e diz nunca ter comercializado pacotes “flexíveis”.
 
“A Maxmilhas é uma empresa independente da 123 Milhas que possui produtos distintos e nunca comercializou produtos categorizados como flexíveis”, disse a empresa em resposta a um usuário no site Reclame Aqui.
 
A 123milhas tinha entrado com pedido de recuperação judicial em agosto, também no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O pedido havia sido acatado, mas foi suspenso na última terça-feira (19) por decisão da 21ª Câmara Cível Especializada de Belo Horizonte.
 
De acordo com o documento, a agência de viagens online não cumpriu a petição inicial de entregar todos os documentos exigidos, bem como não apresentou a lista de credores juntamente com a inicial.
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