“O Estado de Rondônia ainda é muito carente em pesquisa”. Essa é opinião do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Rondônia, Paulo Haddad. Ele participou do Programa Conexão Rondoniaovivo, nesta quarta-feira(08), onde conversou com o jornalista Ivan Frazão, sobre o cenário da ciência em nosso Estado e a atuação da instituição que ele preside.
Ele afirmou que a Fapero tem 14 anos e visa apoiar a formação de pesquisadores, divulgação de trabalhos, bolsas entre outras responsabilidades. Disse que a fundação é uma agência de fomento, sendo a única em Rondônia.
“Uma das lutas que tenho encampado é lutar pelas assimetrias dos investimentos. Só para exemplo, a Finep(Financiadora de Estudos e Pesquisas do Governo Federal) investiu em Rondônia entre 2000 e 2022 cerca de R$ 900 mil, que foi o Centelha 2. No Amazonas, foram R$ 98 milhões; em Alagoas investiram mais de R$ 26 milhões. Rondônia não colocava a cara e o governador autorizou a participarmos mais das ações nacionais e nos inserirmos mais nesse contexto”, declarou.
Robusta
A Fapero, informou Haddad, tem um orçamento anual de R$ 7 milhões. Esse valor explicou precisa ser ampliado, pois, não cobre os programas que estão rodando hoje na fundação. Ele lembrou que a instituição de pesquisa rondoniense foi a penúltima a ser criada no país. A última foi a fundação de pesquisa de Roraima.
“Hoje todo mundo fala do café produzido em Rondônia. É a vedete do momento, ganhou prêmios. Porém, isso só foi possível devido à pesquisa. Precisam lembrar que são 40 anos de pesquisas. Isso ocorreu quando o pesquisador Vespasiano, da Embrapa, chegou em Vilhena e começou a pesquisar a inserção do café aqui. Durante muitos anos, nosso café foi tratado como palha do mercado. Hoje, o robusta amazônica é exportado e faz sucesso no mercado. Isso depende de pesquisa, que pode antecipar os problemas”, frisou.
Outro ponto observado por Hadadd é em relação às formações oferecidas em Rondônia. Além, das dificuldades em se manter esses profissionais formados atuando em nosso Estado.
“Primeiro, nós temos uma dissociação entre o que a academia vem formando e o que o mercado precisa. Por exemplo, muitas mineradoras estão se instalando no Estado, mas onde tem cursos de engenheiro de mineração? Nas regiões Sul e Sudeste. Nós não atendemos esse mercado. O que formamos aqui, se ele não consegue colocação, vai procurar em outros lugares. Nós temos um programa chamado Cafix para fixar mestre e doutores aqui”, afirmou.