“Esse PM aposentado que foi preso por tráfico de drogas dentro do presídio é um dos contratados pelo Governo do Estado que chegam a ganhar três vezes mais do que um agente penitenciário, totalizando uma média de R$ 4.500 por mês. Mesmo assim, esse policial não se conteve com a boa remuneração, cometendo esse crime que mancha o sistema prisional estadual”. As declarações são do representante dos agentes penitenciários de Rondônia, Adriano de Castro, que também é membro da Coordenação Nacional dos Servidores Penitenciários.
A prisão que Adriano de Castro se refere ocorreu na última quinta-feira, dia 10, durante a Operação Cowboy - desencadeada pela Delegacia Especializada em Delitos Cometidos no Sistema Penitenciário (DEDCSP) - quando foi preso o policial militar da Reserva Remunerada (RR), Antônio Carlos, conhecido como “Cowboy”, que estava lotado no Presídio de Médio Porte, Pandinha, em Porto Velho.
“Essa não é a primeira vez que policiais da reserva são pegos envolvidos com o crime nos presídios. Já houve diversos casos de PMs flagrados levando drogas e celulares para presidiários”, revelou Adriano de Castro ainda acrescentando que”além disso, o PM não é qualificado pra trabalhar em presídio e sim nas ruas”.
O representante dos agentes destaca outra questão tocante a contratação de policias militares da Reserva Remunerada para atuarem em presídios. “Com essas contratações, o Governo do Estado acaba tirando a oportunidade de empregos de jovens que desejam prestar concurso e ingressar como servidor penitenciário. A contratação de cada PM da reserva daria para contratar três agentes qualificados para a função”, observou.
Adriano de Castro avisa que o sindicato da categoria, o Singeperon, estará enviando ao Governo do Estado documento pedindo que sejam substituídos todos os RRs (policias militares da Reserva Remunerada) por agentes penitenciários concursados.
“Par tanto, o governo deve, de imediato, chamar a quarta academia, bem como os classificados no último concurso da SEJUS [Secretária de Estado da Justiça]. E em caso de não suprimento de vagas nas unidades prisionais do Estado, a alternativa é a realização de novo concurso público. Dessa forma, o Governo estará tendo a coerência de contratar somente servidores qualificados para a função”, finalizou o representante.