A Amazônia brasileira perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024, segundo levantamento do MapBiomas. A área devastada equivale ao tamanho da França e representa 13% do território original do bioma.
Com isso, a Amazônia já acumula 18,7% de perda total de vegetação, sendo 15,3% convertidos para uso humano, como pecuária, agricultura, silvicultura e mineração. Especialistas alertam que o bioma se aproxima do ponto de não retorno, estimado entre 20% e 25% de destruição, quando a floresta pode perder sua capacidade de regeneração.
A pecuária cresceu de 12,3 milhões para 56,1 milhões de hectares no período, enquanto a agricultura saltou de 180 mil para 7,9 milhões de hectares avanço puxado pela soja, que hoje representa 74% das lavouras da região.
Mesmo com a Moratória da Soja, que proíbe a compra de grãos cultivados em áreas desmatadas após 2008, 4,3 milhões de hectares foram convertidos para o cultivo do grão após essa data, sendo 769 mil hectares diretamente sobre áreas de floresta.
'A Amazônia está muito próxima do limite previsto pela ciência para deixar de se sustentar como floresta', alertou o pesquisador do MapBiomas, Bruno Ferreira.