Rondônia alcançou, nesse sábado (14), um dos maiores números de focos de queimadas já registrados. Segundo o levantamento do painel
Monitoramento Rural, em todo o estado existem 3184 pontos de incêndio.
Esse levantamento é fruto de uma parceria entre o site Monitoramento Rural e o
Rondoniaovivo, visando alertar e fornecer informações em tempo real sobre a situação das queimadas em Rondônia.
Porto Velho, mais uma vez, é a região onde está concentrada a maioria das queimadas. Neste sábado (14), haviam 1467 locais pegando fogo. O que chama atenção é a rápida evolução dos incêndios nos limites da capital.
Na última sexta-feira (13), haviam 1153. Ou seja, em 24 horas foram registrados mais 314 pontos de fogo.
Ocupando a também trágica segunda posição, neste sábado (14), em número de focos de incêndios está o município de Candeias do Jamari com 516 queimadas; seguido por Nova Mamoré que tem 456 locais em chamas; Cujubim aparece na quarta posição com 433 focos.
O mais triste disso tudo, é constatarmos que a maioria dessas queimadas estão em áreas de preservação ambiental e territórios indígenas, alterando o meio ambiente e, em alguns casos, perdendo-se as ricas faunas e floras dessas regiões para sempre.
Falta Fiscalização
Para a vice-presidente do Centro de Estudos RioTerra e doutora em Geografia, Fabiana Barbosa Gomes, queimadas e desmatamentos estão interligados e tem os mesmos motivos. Para ela, o combate ao fogo é uma tarefa que exige ação conjunta.
“As causas e as consequências dessas queimadas em grandes escalas são muito parecidas com as do desmatamento. Precisa-se de uma rede que funcione desde o Estado com investimentos em educação e fiscalização. Hoje não vemos multa nem penalização para esses focos. O que ocorre hoje é que temos hoje é um grande número de focos de incêndios, ao longo dos dias vão aumentando e não temos capacidade do Estado com equipes preparadas para combater esses incêndios. Isso se repetindo e aumentando ao longo dos anos”, avaliou.
Para a vice-presidente do Centro de Estudos RioTerra, Fabiana Barbosa Gomes, é necessário aumentar a fiscalização e a educação da população quanto às queimadas
Fabiana lembrou também que existem locais na capital, que todos os anos acontecem incêndios. Ela defende que sejam tomadas algumas medidas para a prevenção desses incêndios, citando como exemplos, a construção de aceiros.
“Nesses terrenos baldios ou pertencentes ao Estado, por exemplo, os localizados perto da pista do aeroporto de Porto Velho, que precisam de um tratamento preventivo contra o fogo, como um aceiro. Outra coisa é que tanto na área urbana como rural, a população fala que vai tocar fogo só no lixo de casa, mas com a diminuição da umidade e a temperatura alta, esse fogo pode se alastrar. Ou seja, são várias questões envolvidas”, alertou.
A queima de lixo doméstico aliado a baixa umidade e as altas temperaturas também contribui para o descontrole das queimadas
Passividade
O que painel Monitoramento Rural mostra em relação à Rondônia é que os órgãos envolvidos com o combate aos incêndios precisam, urgentemente, iniciar um trabalho de conscientização, constante, dos produtores rurais. Aliado a isso, existe a necessidade de combate às invasões de terras públicas e indígenas por parte de madeireiros ilegais e grileiros.
Caso contrário, todos os anos seremos obrigados a assistir, passivamente, as porções cada vez maiores de nossas florestas serem destruídas sem que ações efetivas sejam tomadas para reprimir esses crimes.
Confira em tempo real a plataforma do Monitoramento Rural: