Os últimos acontecimentos ocorridos na aldeia Tenente Marques ganharam o mundo através da mídia que divulgou a prisão por parte de lideranças Cinta Larga de cinco pessoas no interior da aldeia, repercutiu também no garimpo do Roosevelt. Assustados com o possível desfecho dessa ação dos silvícolas, grande parte dos garimpeiros que se encontravam no interior do garimpo do Laje deixaram apressadamente o local.
A cidade de Espigão do Oeste na última semana acompanhou esse êxodo de garimpeiros que chegavam a todo o momento a cidade. Muitos dos recém chegados estão investindo o pouco de suas economias na aquisição de passagens para retornar para suas cidades de origem.
Aqueles que deixaram o garimpo apenas com o “Cacaio” nas costas estão engrossando as fileiras de desocupados que começam novamente a infestar as ruas da cidade. Tão logo chegou a notícia da prisão de autoridades brancas na aldeia, o barranco começou a fervilhar com os mais diversos comentários.
Zé Maranhão um dos recém chegado afirmou que tão assim que "pipocou" no Laje a notícia da prisão das autoridades começaram as especulações do que iria acontecer.
O boato de que a Polícia Federal iria invadir a reserva para resgatar os brancos e prender todo mundo correu pelo “Baixão” como fogo num rastilho de pólvora. Isso foi o suficiente para iniciar uma debandada por parte dos garimpeiros.
Na correria que se transformou o local, os donos de máquinas com a ajuda dos índios deram um jeito de esconder o equipamento e juntar as poucas pedras amealhadas durante o período de trabalho para abandonar o local na expectativa de dias melhores.
A maioria que se encontra na cidade não confirma esse fato, falam que deixaram o garimpo para visitar as famílias aproveitando as festividades do final de ano. Mas a verdade é que o medo de uma reação tempestiva por parte dos índios e a eminência de uma ação por parte das autoridades tem levado centenas de garimpeiros a abandonarem as grotas. Mesmo aqueles que têm acerto com os índios estão preferindo esconder o equipamento e deixar o local até que as coisas fiquem mais calmas.
Mesmo após a liberação dos reféns, muitos estão receosos de retornarem para o garimpo e continuam na cidade esperando o tempo passar.