*Constato estarrecido a mensagem do internauta José Carlos em que protesta contra a manifestação da Ameron acerca dos trágicos fatos políticos engendrados contra a magistratura deste Estado e que vitimaram o Presidente do Judiciário Estadual e seu Juiz Auxiliar.
*A seguir, o comentário de José Carlos: “Bom dia. A nota divulgada por esta Associação em defesa dos magistrados envolvidos em corrupção, não condiz com o que nós cidadãos brasileiros esperamos das autoridades, em especial do Judiciário. Neste mar de lama que se estende por toda a administração pública, esperava-se que pelo menos o Judiciário não estivesse envolvido, mas pelo que parece isto não aconteceu em Rondonia. A Polícia Federal agiu com competência e efetuou a prisão dos envolvidos, entre eles Juízes da mais alta corte deste Estado. A nota em defesa dos presos que foram algemados, não condiz com o preceito fundamental que diz que todos são iguais perante a Lei, e, portanto devem ser tratados da mesma forma. O que se poderia esperar desta Associação seria no mínimo o silêncio, e não a defesa destes que mesmo não tendo sido julgados estiveram envolvidos em atos de corrupção, a não ser que todos da Polícia Federal e do Ministério Público sejam tendenciosos ou incompetentes. Não tivessem estes que foram presos alguma coisa com os atos ilícitos, não estariam atrás das grades. Lugar de ladrão é na cadeia, seja ele um cidadão comum ou Juiz.”.
*O Sr. José Carlos, que não identifica de que, nem de onde, já fez o seu julgamento e achou suficiente a pantomina armada pela Polícia Federal no cumprimento de uma ordem de prisão.
*Compreendo a posição do internauta, ele faz parte da parte amorfa da população que acomoda-se na desinformação para formar seu juízo acerca das pessoas aceitando o pacote que os poderosos do dia preparam ou que a grande mídia lhe empurra guela abaixo, sem qualquer questionamento porque, afinal, a vítima é somente o outro.
*Compreendo ele, assim como compreendi a parte amorfa da população que manipulada aplaudia as execuções da “santa inquisição” que queimava hereges, judeus, bruxas e quaisquer que desagradasse o poder na idade média. Se reuniam para apreciar a agonia dos executados. Era a diversão do lugar.
*Compreendo ainda quando essa mesma parte amorfa assistia compreensiva as prisões, abusos de toda sorte e desgraças impostas a quem fosse rotulado de comunistas ou subversivo em nossa história recente, também sem necessidade de qualquer questionamento legal ou ético.
*Destaco que os magistrados rondonienses não estão fazendo juízo de valor sobre os fatos imputados aos seus pares presos nem sobre a correção da prisão decretada, porque isso será objeto de julgamento no processo próprio e na instância adequada, mas causa indignação a forma escandalosa com que os presos foram tratados, execrados e humilhados nos espaços públicos, como se a prisão de alguém autorizasse tais cenas.
*Mais, somente alguém com cabeça obtusa pode ignorar o uso político claramente pretendido com tal espetáculo, desmoralizando o Poder Judiciário e o Estado de Rondônia.
*Envergonha-me que tenham deferido tratamento tão hediondo aos magistrados, quando delinqüentes perigosos e nefastos como “Marcola”, do PCC e “Fernandinho Beira Mar”, do tráfico de entorpecentes e de armas receberam atenção e deferência do Governo, do Congresso e da mídia. Certamente o internauta José Carlos nem percebeu isso, porque a parte amorfa não percebe mesmo.
*A violação aos direitos da dignidade humana de um Presidente de Tribunal e seu Juiz Auxiliar não tem nada a ver com o processo instaurado e é um sério aviso aos José Carlos e demais cidadãos deste país do que o Estafe dominante pode fazer com qualquer um para satisfazer o seu projeto de permanência no poder.
*Ademais, nunca é demais relembrar os recentes atos de desmoralização do Congresso Nacional praticado por integrante de movimentos financiados pelo governo e conjuração para desmoralização do judiciário, tal como o projeto de poder em curso na Venezuela e na Bolívia.
*Quem tangivercia com direitos fundamentais a qualquer pretexto deve aceitar suas conseqüência e a nossa história está recheada disso.