CARTA ABERTA: Trabalhadores da cultura publicam documento reivindicando direitos da classe

Um dos pontos em discussão é uso abusivo e indiscriminado da Inteligência Artificial (IA). As entidades que assinam o documento propõem a criação de dispositivos que inibam essa prática

CARTA ABERTA: Trabalhadores da cultura publicam documento reivindicando direitos da classe

Foto: Divulgação

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Nós, sindicatos de artistas e técnicos de dança, circo, teatro, modelos, manequins, cinema e audiovisual, juntamente com o Governo e parceiros sociais, reunidos em Brasília durante o evento Seminartes, declaramos a importância de defender e promover os direitos dos trabalhadores da cultura, em especial no que tange aos direitos autorais e conexos.

 

Reafirmamos que o Sistema Confederativo deve ser preservado, garantindo que nenhum direito arduamente conquistado seja perdido. A manutenção desses direitos deve permanecer como nossa principal prioridade.

 

Alertamos para os efeitos nocivos da informalidade, que fragiliza a organização coletiva dos trabalhadores e fortalece frentes de precarização. Precisamos combater essa realidade e reforçar a união dos profissionais do setor.

 

A atualização da Lei 6.533/78 é uma medida urgente e necessária, mas deve ser feita com o devido reconhecimento e apoio do Executivo, Legislativo e especialmente do movimento sindical, honrando o esforço histórico de mais de 40 anos de luta dos artistas e técnicos por meio das suas entidades sindicais pela regulamentação de suas profissões.

 

Embora o Projeto de Lei 152/21, de autoria do Deputado Alexandre Padilha, não seja a solução ideal, ele nos impõe um esforço conjunto para proteger os trabalhadores, muitas vezes forçados a se constituírem como pessoas jurídicas, não por escolha, mas para acessar suas remunerações. Precisamos de mecanismos que protejam esses profissionais e não os empurrem para a pejotização.

 

Reivindicamos que o artista seja justamente recompensado por sua obra, conforme estipulado no artigo 13 da Lei 6.533/78, independentemente de ter cedido ou não os direitos conexos. É fundamental que o artista receba sempre que sua obra for exibida, revisada ou republicada.

 

Solicitamos a criação de uma Junta Jurídica Nacional para lutar contra as liminares que antecipam tutelas e desrespeitam o artigo 25 da Lei 6.533/78 e o artigo 53 da Lei 3.857, que protege os músicos. Essa Junta deve reunir sindicatos, federações e a CNTEEC, o Ministério do Trabalho e as Relações Institucionais para combater o CADE, que vem atacando os sindicatos pela publicação de tabelas mínimas de serviços para proteger os trabalhadores pejotizados.

 

Demandamos também ações contra as investidas do CONFEF e dos CREFs sobre o segmento de dança, que exigem que os artistas se registrem como profissionais de Educação Física, desvirtuando suas funções.

 

No enfrentamento ao uso abusivo e indiscriminado da Inteligência Artificial (IA), propomos a criação de dispositivos que inibam essa prática nos sistemas de fomento à cultura, como a perda de percentuais dos valores aprovados em projetos que utilizem IA para substituir postos de trabalho de artistas e técnicos, com especial atenção aos dubladores.

 

O movimento "Dublagem Viva" pede a regulamentação do uso de IA em dublagens de séries, filmes, animações e jogos, para preservar o papel criativo do dublador, que coloca sua voz a serviço da obra. Não podemos permitir que a frieza de uma voz gerada por IA destrua o esforço humano na criação artística.

 

Solicitamos a criação de uma Junta Jurídica para revisar e eliminar a jurisprudência negativa resultante da contratação de pessoas sem registro Profissional e a ADPF 293, que aguarda julgamento no STF.

 

Finalmente, saudamos o lançamento da Escult, pelo governo federal, que fomenta a capacitação de artistas e técnicos por meio de plataformas EAD. Instamos para que seu conteúdo programático inclua temas essenciais, como as relações contratuais, jornadas de trabalho, remuneração justa, e a defesa e valorização dos trabalhadores através de suas entidades sindicais.

 

Juntos, trabalhadores, você  e o sistema confederativo, seguimos em defesa da arte, da cultura e dos direitos de todos aqueles que as constroem.

 

SINDCINE
SATED RS
SATED ES
SINDMUSI
SATED RJ
SATED SP
SATED SC
SATED PB
SATED CE
SATED SE
SATED PE
SATED DF
SATED PR
SATED RO
SATED MG
SPD RJ
SINDDANÇA
SINTRACINE SC 

 

Brasília, 28 e 29 de agosto de 2024

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