Você já ouviu falar da Síndrome da Adoração de Ídolos? O termo, embora não seja médico, tem sido usado para descrever um fenômeno real identificado por pesquisadores: o culto exagerado a figuras públicas sejam políticos, músicos ou celebridades pode estar ligado a queda no desempenho cognitivo.
De acordo com um estudo publicado em 2021 pela revista científica BMC Psychology, pessoas que demonstram apego intenso e acrítico a ídolos tendem a pontuar mais baixo em testes de vocabulário e velocidade de processamento mental.
O estudo, conduzido pelos pesquisadores Lynn E. McCutcheon, Ágnes Zsila e Zsolt Demetrovics, analisou mais de 1.700 adultos. Os participantes foram avaliados em tarefas que mediam pensamento flexível e resolução de problemas, e um padrão consistente surgiu: quanto mais forte era a idolatria, pior era o rendimento cognitivo.
Por que isso acontece?
A explicação é simples e preocupante. A atenção humana é limitada. Quando uma grande parte dela é dedicada a idolatrar alguém, sobra menos espaço mental para reflexão crítica, análise de nuances e o tipo de exercício intelectual que mantém o raciocínio afiado.
Isso não quer dizer que admirar um artista, líder ou esportista seja algo negativo. O problema surge quando a admiração se transforma em obsessão, e o indivíduo passa a aceitar ideias ou comportamentos sem questionar. Nesse ponto, a devoção substitui a curiosidade e a mente perde a capacidade de pensar de forma autônoma e crítica.
Como proteger seu pensamento
Especialistas recomendam cultivar o hábito de questionar e diversificar as fontes de informação. Ler com atenção aos detalhes, escutar opiniões divergentes e refletir antes de formar convicções são práticas que fortalecem o pensamento independente.
Em tempos de redes sociais e personalidades públicas com milhões de seguidores, o desafio é manter o equilíbrio entre admiração e senso crítico. A verdadeira inteligência, sugerem os cientistas, está em valorizar a curiosidade não a devoção cega.