INTERNACIONAL - Sem moradia, extrativistas brasileiros relatam humilhações e ameaçam fechar porto – Vídeo

Segundo o próprio Aldair, os brasileiros quando entram na região boliviana sofrem com humilhações e demonstrações de animosidade, e os extrativistas apenas iriam tratar os bolivianos da mesma forma.

INTERNACIONAL - Sem moradia, extrativistas brasileiros relatam humilhações e ameaçam fechar porto – Vídeo

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

“Nós não temos emprego, não temos trabalho, nossa cultura é pouca e não temos condições de viver dignamente. Estamos perecendo a mercê da sorte, não temos direitos há nada!”, esse foi o desabafo de Maria Auxiliadora, brasileira, extrativista na região localizada na fronteira oriental da Bolívia com o Brasil no interior da selva amazônica, próximo à região da Ponta do Abunã em Rondônia.
O relato de Maria Auxiliadora simboliza o sofrimento de dezenas de famílias de brasileiros que viviam nos seringais do Rio Mamu na Bolívia e foram expulsos por Zafreros bolivianos durante um processo de reforma agrária do país vizinho.
Sem casa, sem trabalho e principalmente com a dignidade afetada, pois vários brasileiros relataram humilhações sofridas por parte dos bolivianos, essas famílias retornaram para a margem brasileira, esperando que o Governo Federal desse o amparo necessário, digno de quem acabara de ter perdido tudo que foi juntado durante toda uma vida e expulso de uma região considerada “irmã”.
Porém, a demora em resolver a situação acabou levando algumas famílias a permanecerem à duras penas em território bolivianos.
Uma reunião realizada no Porto de Extrema, localizado em território brasileiro, reuniu os brasileiros expulsos e os poucos remanescentes que ainda vivem em terras bolivianas para exigirem do Governo Federal uma solução imediata para o drama vivido por essas famílias.
Segundo o líder extrativista, Aldair Osório, caso uma medida de amparo não seja tomada urgentemente, os extrativistas expulsos da Bolívia irão fechar o porto brasileiro e impedir que os bolivianos adentrem no território brasileiro.
Segundo o próprio Aldair, os brasileiros quando entram na região boliviana sofrem com humilhações e demonstrações de animosidade, e os extrativistas apenas iriam tratar os bolivianos da mesma forma.
“Fazem reunião com agente, vem Cônsul, vem pessoal da embaixada, porém já vai fazer seis anos que nosso problema não é resolvido, já estamos cansados. Os bolivianos nos chamam de covardes, afirmo às autoridades que caso não resolvam nosso problema iremos fechar o porto e confiscar e prender tudo que vier da Bolívia para o território brasileiro, pois estamos cansados de ser humilhados”, disse Aldair Osório.
Benedito Paiva relata sua historia.
A historia de Benedito Paiva (VEJA RELATO EM VÍDEO AQUI)
Benedito Paiva é cidadão brasileiro, extrativista viúvo de uma esposa boliviana que ele afirma ter morrido de tanto desgosto oriundo das humilhações vividas por ele e sua família em território boliviano.
De acordo com Benedito, ele possui terras em áreas bolivianas devidamente documentadas, região onde criou seus filhos, frutos da miscigenação de um brasileiro e uma boliviana, porém, com o inicio do processo de reforma agrária boliviana, passou a ter suas terras desapropriadas e sua família humilhada por paramilitares e até pelas autoridades bolivianas. Benedito alegou ter sido espancado e ameaçado na frente de sua família
“Eu fui espancado pelos bolivianos, muitas pessoas viram, porém fiquei na Bolívia pela minha família. Eu via pessoas do governo boliviano falando em reunião em Cubija que não era para expulsar os brasileiros, mas era para oprimir como cutia fugindo de cachorro, espirrar a gente de lá. Passei por sete anos sofrendo com minha família, e no dia seis de agosto sai de lá com minha esposa morta de tanta opressão sofrida por ser casada comigo que sou brasileiro”, disse Benedito Paiva.
A historia de Maria Cabreira (VEJA RELATO EM VÍDEO AQUI)
Maria Cabrera é uma senhora de aparência sofrida, típico semblante de quem viveu à vida inteira do trabalho extrativista, chegou na região boliviana da fronteira do rio Mamu ainda com oito anos de idade, lugar onde viveu por mais de quarenta anos. O pai de seus filhos é boliviano, um de seus filhos é bolivianos, porém hoje viúva e com graves problemas de saúde alega ter sido forçada a abandonar tudo que possuía em território boliviano.
“Eles falaram que todos os brasileiros teriam que sair nó não tratamos eles assim, parece que o governo dá mais atenção aos bolivianos do que aos próprios brasileiros. Eu além de doente, despejada do meu lugar que vivo há quarenta anos e não ter direito a nada. Para onde nos vamos?”, questionou Maria Cabrera.
Reivindicação
A reivindicação dos extrativistas expulsos se dá pela demora do governo brasileiro em ceder áreas de terras para que essas famílias consigam ao menos se sustentaram e continuarem suas vidas que foram subitamente despedaçadas por um processo político que sequer eles entendem.
Enquanto isso, o Governo Brasileiro doou dois helicópteros ao Governo Boliviano.
A situação vai se tornando um barril de pólvora há cada novo relato de humilhação, há cada nova ameaça de fechamento do porto. Os brasileiros expulsos da Bolívia estão com seus brios feridos, e caso uma intervenção de apoio a essas comunidades não seja realizado, a tensão continua no Porto de Extrema.
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS