CONTRASTE: Restrições do Catar são desafio para turistas

Escolhido como sede da Copa do Mundo em 2010, o Catar tem leis restritivas para comportamentos não-puníveis severamente

CONTRASTE: Restrições do Catar são desafio para turistas

Foto: Divulgação

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Andar sem camisa, demonstrações de afeto (sejam beijos ou abraços), consumir álcool ou aparentar embriaguez fazem parte da realidade de edições anteriores da Copa do Mundo de futebol. Afinal, o período é tomado por festas e celebrações de torcedores, seja onde for o país sede. Porém a edição do Catar, que acontece de 20 de novembro a 18 de dezembro, traz um desafio extra para os turistas que deverão estar mais “comportados”.
 
Com a expectativa de recepcionar 1,2 milhão de turistas estrangeiros (quase metade da população local de 2,9 milhões) no período das partidas que serão disputadas em oito estádios nas proximidades ou em Doha, capital e principal cidade do Catar, as regras e punições de um país muçulmano trazem à luz problemas antes pouco enfrentados.
 
Apenas de pessoas ligadas ao turismo que foram contratadas por hotéis, restaurantes receptivos e entre outros a população do Catar cresceu 13,2% desde o ano passado, com a Accor trazendo cerca de 12 mil trabalhadores temporários para operar 65 mil quartos (incluindo casas e apartamentos que servirão de alojamento temporário para os viajantes).
 
Em infraestrutura, o país investiu mais de US$ 229 bilhões na construção de vias expressas, estádios, hotéis, tornando a Copa do Mundo no maior evento da história do país árabe.
 
As restrições mais incomuns da sede da Copa do Mundo 2022
 
 
 
 
 
Álcool
 
Escolhido como a primeira sede árabe da história da Copa do Mundo Fifa ainda em 2010, o Catar tem leis restritivas para comportamentos considerados normais ou não-puníveis de maneira severa. Um exemplo é a intoxicação pública ou, de maneira direta, beber álcool na rua.
 
Com punição em lei de seis meses detido e/ou multa avaliada em cerca de R$ 4,3 mil, consumir bebida alcoólica nas ruas ou ser encontrado bêbado pela polícia pode se tornar um problema para o viajante estrangeiro.
 
Pensando em levar uma garrada na mala e abri-la no hotel? Nada disso. O transporte e importação de álcool é proibida e todas as malas passam por revista na chegada ao Catar.
 
A própria venda de qualquer bebida etílica é regulamentada pelo governo. Apenas bares de hotéis e restaurantes licenciados tem autorização para venderem álcool para pessoas maiores de 21 anos, que só podem consumir o drinque em locais privados.
 
Para a Copa do Mundo, a Fifa confirmou a venda e consumo de cervejas no que chamou de “áreas selecionadas” dentro de estádios e na Fan Zone, um espaço fechado para 40 mil pessoas em Doha.
 
Apesar de também prever punição com multa para quem consumir álcool em público, a Rússia, sede da competição em 2018, não houve registros na imprensa internacional de turistas detidos exclusivamente por consumirem bebidas etílicas ou estarem embriagados.
 
No mesmo ano, uma mulher que viajava com a filha de Londres para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (com leis similares ao Catar), foi presa na imigração do país por ter consumido uma taça de vinho. O exemplo pode parecer extremo, visto que, segundo o The Guardian, a mulher estava com o visto negado, mas mostra como uma viagem de lazer pode tomar um rumo muito diferente.
 
Quanto ao consumo e transporte de drogas: nem pensar. As punições são severas e até mesmo alguns medicamentos, controlados ou não, precisam de receita médica assinada para serem transportados ao Catar.
 
 
 
Sexo, relações homoafetivas e demonstrações de afeto
 
Outro ponto de atenção redobrada é que relações homoafetivas são consideradas crime no Catar. Apesar do xeique e Emir (título monarca do país) do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, ter afirmado em maio que a nação está aberta para o público LGBT+ durante a Copa, o líder pediu “respeito” à cultura local.
 
Ainda mais desafiador para os profissionais de turismo é explicar para os viajantes que demonstrações públicas de afeta entre homens e mulheres também pode ser passivo de detenção e/ou multa.
 
Inclusive, sexo entre pessoas que não são casadas, seja de relações hétero ou homossexuais, é ilegal. Existem relatos de turistas em países árabes que foram intimados a pararem de ter relações sexuais (durante o ato) pelo estafe de hotéis.
 
Roupas
 
A principal recomendação para os viajantes é não usarem roupas curtas, como shorts ou bermudas muito pequenas ou camisetas regatas, especialmente para as mulheres que, além disso, precisam usar vestes que cubram os ombros.
 
A recomendação é mais proeminente quando o viajante quer conhecer prédios do governo ou locais considerados sagrados. A tarefa se torna ainda mais desafiadora se considerado o clima do Catar que chega à temperatura média de 27 oC em novembro.
 
 
Direito ao esquecimento

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