Representante de uma entidade composta por pecuaristas detentores de patrimônio que ultrapassam a cifra dos bilhões, a diretora da Aprosoja em Rondônia, Antonielly Rottoli, criticou de forma dura a medida tomada pelo DNIT que impede, a partir do próximo mês de abril, o tráfego de caminhões pesados na avenida Jorge Teixeira nos horários de puco.
Essa medida do DNIT foi um atendimento prestado a uma solicitação realizada pelo prefeito Léo Moraes (PODE) no primeiro mês do seu mandato, sendo efusivamente comemorada através de suas redes sociais, fato que elevou mais ainda a indignação da diretora da Aprosoja.
Com a proibição, os caminhões de soja terão que obrigatoriamente utilizar a rota da precária Expresso Porto, ou esperarem os horários liberados para o tráfego no perímetro urbano da Jorge Teixeira.
A diretora da Aprosoja afirmou que a medida tomada pelo prefeito de Porto Velho foi simplista, e que ele deveria buscar alternativas diferentes para o setor. Ainda em tom ameaçador, ela deixou a entender que o prefeito estaria procurando problemas.
"Ao invés de tomar medidas que penalizam o setor, é essencial que o senhor (Léo Morares) busque alternativa mais eficiente e sustentável. É preciso entender que uma solução simplista para problemas complexos, pode trazer mais entraves que benefícios", falou Antonielly Rottoli.
Transtorno à população
Via arterial no fluxo de veículos de Porto Velho, a avenida Jorge Teixeira registra um fluxo carregado de cidadãos que utilizam a pista para suas atividades diárias e milhares de caminhões carregados de soja, levados para todo o planeta através da Hidrovia do Madeira.
Essa luta injusta entre motos, carros, bicicletas, pedestres e imensas carretas carregadas de grãos criou situações problemáticas que vão além da questão da mobilidade urbana, como acidentes fatais e deterioração da pista.
Ao longo dos anos, os caminhões de soja que trafegam no perímetro urbano da BR-364, grande parte vindos do vizinho estado do Mato Grosso, trafegavam livremente sem muita fiscalização, inclusive até sem pesagem das cargas, e o resultado foram: pista destruída e o apelido da estrada de "Rodovia da Morte".
Com a privatização da BR-364 dentro do Estado, que inclui a rodovia Expresso Porto, que dá acesso à região portuária da Hidrovia do Madeira, os caminhões de soja terão de pagar pedágio a partir do próximo ano, sendo que o acesso por dentro da cidade de Porto Velho seria uma forma de não pagar, ao menos, um ponto de pedágio.
Porém, com essa medida do DNT, conquistada pelo prefeito Léo Moraes, esses endinheirados produtores de soja passarão a se adequar às normas que respeitem o bom sendo ao direito do cidadão comum, que precisa utilizar a avenida Jorge Teixeira sem precisar arriscar a própria vida.