Parlamentares negaram prioridade para tornar assédio sexual contra crianças crime hediondo
Foto: Nenhum dos oito parlamentares foi favorável à urgência do projeto sobre pedofilia - Montagem/TudoRondonia
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
A sessão do Plenário da Câmara dos Deputados realizada na última quarta-feira (19), pode causar estranheza aos eleitores após a votação do dia 02 de outubro: a bancada do PT propôs uma inversão na pauta para priorizar o Projeto de Lei (PL) 1776/15, que classifica a pedofilia como um crime hediondo.
O projeto, que tramita na Casa desde 2015, tem constado da pauta do Plenário desde maio, mas ainda não foi apreciado.
A decisão era simples: SIM = a favor da inversão da pauta para votar o PL 1776; e NÃO = contra a inversão de pauta e, consequentemente, a favor do adiamento da votação do PL.
Durante a votação, a maioria dos deputados federais optou pelo SIM. Com isso, o projeto que tornaria pedofilia crime hediondo deverá ser votado em uma outra ainda não definida pelos parlamentares.
Mas, o que chama atenção é a postura da bancada federal rondoniense, que podemos classificar como vexame. Vale a pena lembrar que Rondônia é considerada pelas autoridades de segurança pública como área de alta periculosidade para a prostituição infantil.
Dos oito, seis votaram contra a prioridade da votação do projeto (XXXXXXXX XXXXX - Republicanos, Coronel Chrisóstomo - PL, Expedito Netto – PSD, Jaqueline Cassol – PP, Léo Moraes – Podemos e Silvia Cristina - PL) e dois se abstiveram ou se ausentaram (Lúcio Mosquini – MDB e Mauro Nazif – PSB).
Detalhes
A oposição entrou com um pedido para inverter a pauta, dando prioridade à votação do projeto. No entanto, a proposta foi recusada por 224 deputados.
Outros 135 eram favoráveis a priorizar a votação da matéria. A maioria dos deputados seguiu a orientação do governo Bolsonaro e votou contra o requerimento. A sessão foi encerrada sem que o projeto fosse apreciado.
Além do PT, que apresentou o requerimento por meio da deputada Luizianne Lins (CE), orientaram pela aprovação da inversão da pauta Psol, PCdoB e Cidadania. MDB, PSB, PSDB, PDT, PV e Rede não orientaram. Os outros partidos, que compõem a base do governo, orientaram pela reprovação do requerimento.
Nas redes sociais, o posicionamento governista contra priorizar o projeto foi criticado, especialmente após a entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele afirmou que “pintou um clima” ao encontrar adolescentes venezuelanas.
O teor pedófilo da fala do presidente repercutiu negativamente nas redes sociais e ele gravou um vídeo para repudiar o uso eleitoral de sua fala anterior e dizer que as meninas citadas por ele em entrevistas não eram prostitutas, ao contrário do que havia dito.
“É projeto da base do governo, pedimos urgência na votação. É um absurdo que a gente feche os ouvidos e os olhos para o comportamento do presidente da República. Jair Bolsonaro está com indício de pedofilia na sua prática e a gente precisa dizer isso em alto e bom som”, afirmou Luizianne ao apresentar o requerimento.
Apesar de afirmarem ser favoráveis ao projeto, os deputados governistas votaram pela manutenção da pauta e aprovaram apenas a Medida Provisória 1127/22, que modifica a forma de reajuste das receitas patrimoniais da União; e o PL 2796/21, que cria o marco legal para a indústria de jogos eletrônicos.
Na última terça (18), a Câmara aprovou a urgência para análise de propostas que enquadram institutos de pesquisa. Uma delas torna crime a divulgação de dados que não correspondam ao resultado final das urnas.
*Com informações de Caio Matos, repórter do Congresso em Foco.
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!