O problema do lixo, em Porto Velho, parece crônico. A atual administração já se mostrou incompetente para resolver a situação. Não há uma política de limpeza preventiva e indispensável das ruas e dos córregos, onde o lixo se acumula a espera das chuvas.
Quando elas chegam, o resultado são ruas alagadas e residências invadidas pelas águas, enquanto o secretário municipal de serviços básicos, Jair Ramires (ex-arquiinimigo de Sobrinho e, hoje, um de seus ferrenhos defensores), limita a posses quixotescas e discursos inócuos que vão do nada a lugar nenhum.
Uma das responsabilidades do prefeito, segundo a Lei Orgânica do Município, é manter as vias e os logradouros públicos limpos e dá destino adequado ao lixo domiciliar e outros resíduos de qualquer natureza. Mas o prefeito não está nem aí para o que diz a Lei Orgânica, tampouco para o que pensa a justiça a respeito de seus atos.
Prova disso é que o Ministério Público o representou junto ao Tribunal de Contas do Estado por possíveis irregularidades no serviço de limpeza urbana e a justiça aplicou-lhe multa diária cujo valor já teria ultrapassado à casa dos setecentos mil reais, por desobedecer à lei, mas, até agora, o prefeito não meteu a mão no bolso. E dificilmente o fará.
Agora, fosse o infrator, um cidadão comum, a situação certamente seria diferente. No mínimo, já teria ele recebido uma intimação obrigando-lhe a oferecer bens à penhora para pagar a dívida. Se o transgressor fosse servidor público, coitado, correria o risco de ficar sem o salário do mês e toda e qualquer migalha que caísse em sua conta bancária seria destinada ao pagamento da multa. Mas, como se trata do prefeito, é possível que nada lhe aconteça.
É claro que a limpeza da cidade não depende, apenas, do poder público. A população precisa fazer a sua parte. É comum ver-se lixo acumulado em frente às moradias ou mesmo defronte aos comércios, como se limpar o quintal e acondicionar adequadamente o lixo fosse uma tarefa deprimente.
Há, também, os porcalhões que, por descaso ou pura perversidade, não pensam duas vezes em danificar o sistema ecológico do nosso planeta, jogando garrafas e copos de plástico de qualquer tamanho, além de papéis de toda a espécie, nas vias e logradouros públicos, inclusive objetos, como geladeiras e fogões, que são lançados nos canais.
Se esses irresponsáveis que emporcalham as ruas fossem devidamente enquadrados, é lógico que, em algum momento, a situação teria de mudar com resultados compensadores.
A melhor forma de ensinar é dando exemplo. Se quem deveria fazê-lo é o primeiro a cair em desgraça, fica difícil cobrar de seus concidadãos conduta diferente.