Vinte adolescentes infratores acusados de crimes de assalto, homicídios e roubo, provocaram ontem, durante quase uma hora, um motim no Centro Sócio-Educativo Senador Raimundo Parente, na Avenida Noel Nutels, na Cidade Nova 2, zona norte.
O motivo da revolta, que por pouco não se transformou em mais uma rebelião, foi a falta de festejos juninos no local. Segundo a direção da unidade, os adolescentes estavam exigindo que fosse realizada uma festa junina à noite, como acontecia nos anos anteriores.
Dois menores, considerados os ‘cabeças’ do movimento, foram encaminhados à Delegacia Especializada de Apuração em Atos Infracionais (DEAAI), no Alvorada, zona centro-oeste, acusados de causarem danos às instalações do prédio, como quebrar uma câmera do sistema de vigilância e atear fogo em colchões.
A diretora do Departamento de Atendimento Sócio-Educativo, que coordena os abrigos para menores infratores na capital, Rosaline Maués, afirmou que o tumulto começou por volta do meio-dia, depois de ser servido o almoço.
Segundo a diretora, os dois internos começaram a bater com objetos na grade e foram acompanhados pelos demais adolescentes.
Temendo que o motim se transformasse em rebelião, foi pedido o reforço policial e, em poucos minutos, uma equipe de 15 policiais militares, sob o comando do chefe do policiamento da Área Norte, tenente-coronel Moisés Cardoso, chegou à unidade na tentativa de pôr fim ao tumulto.
Mas, nem a presença da Polícia serviu para acalmar os ânimos dos adolescentes, que faziam duas exigências: a primeira que o arraial fosse realizado ainda ontem e a outra que os colchões não fossem retirados das celas, como punição.
O impasse se arrastou por quase uma hora e só terminou depois que tiveram a garantia da diretora da unidade e do capitão Cledemir, que atuaram como negociadores, de que a festa junina seria realizada no próximo dia 30 e que os colchões não seriam retirados.