O braçal Josemar Pereira da Silva, 35, o “Caboco Jonas”, foi trazido ontem para Boa Vista e entregue na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Ele foi preso em um sítio na comunidade do Samaúma, Município de Mucajaí, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, acusado do crime de atentado violento ao pudor contra um garoto de 10 anos.
O crime ocorreu há mais de um mês, mas só no final do mês passado, o caso foi levado ao conhecimento da Polícia Civil, através da mãe da criança e de um conselheiro tutelar. O acusado era caseiro no sítio da família e tinha total confiança dos pais do garoto.
A denúncia foi levada ao delegado Luciano Silvestre, do Município de Alto Alegre, por ser mais próximo do local do crime. O delegado ouviu mãe e do garoto e repassou o caso para o delegado Jorge Everton de Mucajaí, que no dia 1º entrou com pedido de prisão contra Josemar e foi decretado no mesmo dia pelo juiz Breno Coutinho, da Comarca de Mucajaí.
No dia seguinte, o delegado e sua equipe foram para a comunidade e prenderam Josemar em outro sítio. Os moradores do pequeno povoado se revoltaram contra o braçal, que é índio Macuxi, e foi preciso tirar Josemar do local para evitar um linchamento. Ele foi levado para a delegacia e confessou em detalhes como cometeu o crime.
Disse que, na primeira vez que abusou do garoto, os pais da criança tinham saído para receber um dinheiro na cidade. À noite, enquanto o garoto dormia, ele entrou no barracão, amarrou os pés e as mãos da criança e depois ainda amordaçou para evitar que gritasse. Disse que abusou sexualmente do garoto outra vez na mesma noite.
Dias depois novamente abusou do garoto e ameaçou fazer o mesmo com a irmãzinha dele, de apenas 6 anos, caso contasse o que estava acontecendo para alguém. O garoto não agüentou os abusos e acabou contando para a irmã, que por sua vez contou para a mãe e o caso chegou ao conhecimento da polícia.
Segundo o delegado, Josemar ainda é suspeito de ter cometido dois estupros contra meninas de 10 e 11 anos na mesma região. “As garotas apontadas negaram e seus familiares disseram não saber de nada. Ele também negou que tivesse cometido os estupros, no entanto admitiu que as conhece e uma vez chegou a mergulhar por baixo d’água para tocar em uma delas, mas não fez nada porque tinha um irmão da menina no local”, disse o delegado.
O delegado acredita que dentro do prazo vai concluir o inquérito e enviar para a Justiça, se possível já com os possíveis estupros das garotas esclarecidos. Josemar conversou com a imprensa e confirmou a informação da polícia, admitindo o atentado ao pudor contra o garoto. Disse que nunca sofreu abuso sexual quando criança ou adolescente, como também não estava bêbado quando cometeu os abusos.
O delegado disse que nos últimos dois meses esse é pelo menos o décimo caso de violência sexual que a equipe de policiais de Mucajaí desvenda e prende o acusado.