Após mais de dez horas de rebelião na Penitenciária Feminina de Porto Velho, as detentas liberaram a refém Ana Angélica Nascimento Pinto, de 24 anos e terminaram a rebelião que destruiu as instalações da cadeia. Outra refém, Elaine Félix, conhecida como "Paulista", foi retirada das mãos das rebeladas no início do motim e encaminhada ao pronto Socorro.
*A rebelião começou logo após ter término do motim do Urso Branco, no último domingo (16). As presas se comunicavam com o lado de fora através de três orelhões que existem no prédio.
*As reivindicações, eram a saída da diretora administrativa Rafaela Ferris e ainda melhores condições na casa de detenção, entre elas uma alimentação de qualidade, atendimento de psicólogos, assistente social, etc.
*O tenente Marcos Freire comandou as negociações com as rebeladas que exigiam a presença da imprensa. As primeiras negociações fracassaram e a energia do prédio foi cortada. As apenadas iniciaram a queima de colchões. O Corpo de Bombeiros rapidamente apagou o incêndio, que provocou muita fumaça.
*A refém foi muito espancada. Depois das 2 h da manhã, outra detenta também foi colocada na “bola” e teve os cabelos cortados e a sobrancelha raspada.
*Um gabinete de gerenciamento de crise foi formado e um Termo de Compromisso foi formulado. Na hora da entrega do Termo, foi solicitada pelas presas a presença da imprensa para registrar a entrega. O Rondoniaovivo, a pedido dos negociadores registrou o fato.
*Quando as apenadas perceberam que no documento não possuía a assinatura do juiz da vara de execuções penais, retrocederam. As exigências eram todas de âmbito administrativo e não cabia o endosso do judiciário.
*Novas negociações foram iniciadas. Desta vez, as apenadas exigiam a presença do Padre Paulo Tadeu, da comissão dos Direitos Humanos. Tadeu se encontra viajando e o advogado Mesquita Figueiredo da comissão de assuntos penitenciários da OAB foi chamado e intermediou a negociação. Após nova afirmativa de fim de rebelião, o tenente Marcos Freire solicitou a presença das agentes penitenciárias para procederem a revista nas celas. As agentes se recusaram a entrar.
*O coordenador técnico da Secretaria de Assuntos Penitenciários (Seapen), Juarez Barreto Macedo Junior, foi ao presídio e determinou que as carcereiras entrassem. Nova negativa. O coordenador determinou uma relação das agentes que se negavam a trabalhar para encaminhar a corrregedoria do sistema. Segundo Juarez, as emergenciais serão demitidas e as do quadro efetivo responderão à inquérito administrativo.
*Por volta de quatro da manhã, dois agentes antigos, finalmente entraram na cadeia e trancaram as presas nas suas celas. Ana Angélica e a outra detenta foram levadas para o hospital.
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