Nos últimos 15 anos, especialistas realizaram estudos contínuos na área de influência da Usina Santo Antônio, localizada em Porto Velho (RO). Os dados coletados ao longo deste período revelam padrões sazonais de fenômenos naturais, fornecendo informações valiosas sobre o comportamento ambiental da região.
Desde 2010, o monitoramento sismológico coleta dados na área industrial da hidrelétrica e na região de Vila Nova de Teotônio, além de informações de apoio da Estação da Hidrelétrica Samuel e da Rede Sismográfica Brasileira. O acompanhamento acontece em um raio de 400km no entorno do barramento da hidrelétrica.
“O estudo de eventos sísmicos é necessário na construção de todas as hidrelétricas, pois a pressão exercida pelo peso da massa de água do reservatório sobre as rochas, além de possíveis infiltrações, podem provocar alterações no comportamento do solo da região”, explica o Dr. João Willy Rosa, consultor técnico responsável pelo Monitoramento Sismológico da Hidrelétrica Santo Antônio.
Nas áreas próximas às barragens, o monitoramento sísmico contribui diretamente para a manutenção e segurança da região. Para o Dr. Rosa, que também é titular de Geofísica da Universidade de Brasília (UnB) e PhD em Geofísica pelo Massachusetts Institute of Technology, o diferencial desse monitoramento é ter iniciado antes da conclusão do empreendimento, o que possibilita um acompanhamento mais preciso.
“Até o momento não tivemos nenhum registro de sismicidade que possa ter sido induzido pela existência da hidrelétrica. E o mais positivo é que a região é monitorada desde antes do enchimento do reservatório, e nesses 15 anos não foi identificada nenhuma alteração. Neste aspecto, a barragem e o entorno do empreendimento permanecem seguros e inalterados”, conclui.
O monitoramento climatológico acontece desde 2012 e analisa informações geradas pelas estações meteorológicas da companhia instaladas em pontos estratégicos no entorno da usina, na estação situada na Vila Nova de Teotônio, a montante da hidrelétrica, e a outra no distrito de Calama, a 180 km a jusante da barragem.
Esse trabalho acompanha a evolução dos parâmetros antes, durante e após a implantação da usina, compreendendo padrões do clima na área da bacia hidrográfica do Rio Madeira. São analisados aspectos como velocidade do vento, temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, pressão atmosférica e periodicidade das chuvas.
As variáveis monitoradas têm apresentado comportamentos similares aos padrões da região, em comparação aos dados das Normais Climatológicas do INMET (1961 a 1990). Os desvios ligeiramente acima ou abaixo dos padrões climatológicos em alguns ciclos hidrológicos, em 13 anos de estudo, estão interligados aos fenômenos globais, como o El Niño e o aquecimento do oceano Atlântico Norte e Sul, que provocam variações em toda a Amazônia Legal.
“Compreender os padrões do ambiente e identificar fenômenos atípicos, mesmo que pequenos, é fundamental também na busca de alternativas viáveis de adaptação às mudanças climáticas”, reforça André Vasques, gerente de Sustentabilidade da Hidrelétrica Santo Antônio.
Os dois programas seguem cumprindo os objetivos propostos e continuarão por toda a vida útil do reservatório.
Sobre a AXIA Energia
A AXIA Energia é a maior empresa de energia 100% renovável do Hemisfério Sul, responsável por 17% da capacidade de geração nacional e 37% do total de linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN). A companhia possui 81 usinas, sendo 47 hídricas, 33 eólicas e uma solar.