A decisão de Jair Bolsonaro de lançar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu candidato à Presidência da República nas eleições de 2026 provocou um abalo imediato na direita brasileira. A escolha, comunicada pelo ex-presidente a interlocutores próximos nesta semana, marca a primeira vez que Bolsonaro, hoje preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília, declara publicamente intenção de transferir a liderança eleitoral para o filho mais velho.
Segundo aliados, Bolsonaro avalia que Flávio ganhará “musculatura” eleitoral ao assumir postura de pré-candidato e percorrer o país em agendas políticas. O ex-mandatário também considera que o senador consolida unidade partidária e herda um palanque robusto de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ).
No entanto, o anúncio — revelado pela coluna de Paulo Cappelli, do portal Metrópoles — acendeu um racha imediato dentro do campo conservador. A ala mais moderada, que via em Tarcísio de Freitas o nome “natural” para disputar o Planalto, reagiu com surpresa e incômodo.
Nas redes sociais, o núcleo mais fiel ao ex-presidente celebrou a escolha. “Meu candidato para 2026 chegou”, escreveu um apoiador, ao publicar uma imagem de Flávio com a faixa presidencial. Outro reforçou: “Sendo bolsonarista, tem de seguir os passos do capitão. Ele falou, está falado”.
Já figuras estratégicas do antigo governo, como Fábio Wajngarten, adotaram tom institucional. “Toda e qualquer decisão do ex-presidente é soberana”, afirmou o ex-secretário de Comunicação.
A indicação ainda não foi oficializada pelo PL, mas o gesto de Bolsonaro realinha forças e abre um novo capítulo na disputa interna pela liderança da direita rumo a 2026.