Design emocional em jogos simples: o impacto invisível de Mines

Design emocional em jogos simples: o impacto invisível de Mines

Foto: Assessoria

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Os jogadores e apostadores brasileiros estão optando cada vez mais pelos jogos simples e casuais. Nessa experiência, eles se espantam com o modo como, mesmo nessa simplicidade, os jogos permitem experiências emocionais intensas e imersivas. De fato, os jogos não precisam seguir os passos dos videogames mais modernos e realistas – com narrativas elaboradas, gráficos trabalhados ou uma sofisticação mecânica – para atraírem seus jogadores, recorrendo a estratégias de design emocional. Um exemplo o disso é o Mines, um jogo inspirado no clássico do Windows, Minesweeper, e que se popularizou em plataformas como a Stake. A simplicidade técnica do jogo é acompanhada, nesse caso, de uma interface pensada em detalhe e que afeta as expectativas, emoções e percepções dos jogadores. Assim, ainda que o jogo seja simples, a complexidade emocional da experiência é imensa, gerando um impacto significativo por via de ferramentas invisíveis, mas que oferecem resultados observáveis.

Assim, julgamos pertinente olhar para esse jogo para compreender como o design emocional de jogos simples pode ter um impacto tão relevante nos apostadores. Saiba mais.
 
 
Um olhar global sobre o impacto invisível de Mines

O interesse crescente e duradouro por Mines e outros jogos casuais é um claro sinal de que, mesmo sem narrativa complexa, um jogo pode atrair os jogadores brasileiros, cativando-os e fidelizando-os. As melhores plataformas incentivam o jogador para que comece uma rodada rápida de Mines agora e, de repente, o jogador dá por si atento ao jogo e com vontade de continuar a jogar. Desse modo, para muitos usuários de plataformas digitais de apostas, Mines acabou se tornando uma parte do cotidiano.

No campo da criação e desenvolvimento de jogos casuais, podemos dizer que Mines atrai os jogadores por sua aparência simples, jogabilidade intuitiva e interatividade. Além disso, esse é um jogo que oferece a possibilidade de obter recompensa, que tem um feedback instantâneo e que promove a adrenalina e a libertação de neurotransmissores como a dopamina por via de mecânicas de recompensa e risco. Assim, o interesse pelo jogo está também conectado com a atividade cerebral humana, ativando as regiões conectadas à expectativa e ao prazer. Além disso, as próprias dinâmicas desse jogo – como o fato de permitir o cashout em qualquer momento – também dão ao jogador a sensação de controle, o que potencia mais ainda o interesse e a adesão com base em fatores emocionais.

Já depois de sua criação e difusão, outros elementos emocionais podem prestar uma contribuição para a popularidade do jogo, como a criação de comunidades online onde são compartilhadas as experiências e que dão ao jogador um sentimento de pertencimento. Desse modo, o impacto de Mines e jogos similares é também um fenômeno coletivo.

Pesquisadores consideraram todas essas questões e verificaram que, ao contrário do que acontece com jogos de narrativa complexa, os jogos mais simples conseguem sua popularidade e adesão com base em elementos de design intrínsecos à sua criação. Desse modo, é impossível falarmos desses jogos sem falarmos do conceito de design emocional.
 
 
Entendendo o conceito de design emocional

Design emocional é um conceito cunhado por Donald Norman, autor do livro “Design Emocional: Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia a dia” e estudioso dessa temática. Ele explica que o design emocional é o processo pelo qual, com base em elementos básicos do comportamento e essência humanos, se criam produtos que apelam ao subconsciente, para que gerem emoções ou despertem desejos e instintos. Tendo em mente a criação de laços entre o humano (no caso, o jogador) e o produto (o jogo), o autor define três níveis de design emocional: visceral, comportamental e reflexivo
 
 
Design emocional: nível visceral

O nível visceral está relacionado com o instinto ou com o subconsciente e se trata do impacto direto que algo tem em nossas emoções. Cores, texturas ou sons podem despoletar esse impacto, gerando sensações prazerosas no usuário, criando o desejo de explorar mais a atividade e continuar jogando. Muito conectado à nostalgia, esse nível também justifica como versões modernas tornam clássicos dos anos 90 novamente populares.
Design emocional: nível comportamental

O nível comportamental, também muito presente em Mines, corresponde ao prazer que o ser humano sente ao iniciar e terminar uma tarefa de modo fluido e sem ser interrompido. No caso de Mines, a ausência de anúncios que cortem a experiência e opções como o cashout permitem uma resposta emocional mais intensa, gerando uma sensação de controle e um maior comprometimento, que pode culminar, dependendo do resultado, em frustração ou satisfação.
 
 
Design emocional: nível reflexivo

Esse é o nível mais complexo da categorização de Norman, por se relacionar com o superego, isto é, com a região do cérebro responsável pela reflexão. Esse nível se relaciona com as sensações familiares, as memórias afetivas e as conexões humanas. Ele tem alguns pontos de contato com o nível visceral, mas é mais denso por incluir percepções e aspetos relacionados com a significação.
Mines e a ativação de emoções intensas

Muito foi falado de como a experiência do usuário importa mais do que nunca na atualidade, gerando um investimento crescente em UX.
De fato, na criação de jogos casuais como Mines, os desenvolvedores de jogos parecem ter investido nessa experiência do usuário, adicionando elementos que incentivam o foco e o interesse dos jogadores.

As emoções intensas de Mines são promovidas de inúmeras formas e levam o jogador a sentir a adrenalina em momentos tensos e de antecipação, como o clique num quadrado, gerando sensações de frustração ou alívio, dependendo do item revelado (uma gema ou uma mina). Enquanto uma vitória facilmente leva o jogador a continuar, a frustração de encontrar a mina pode ser incentivo para continuar tentando, em busca da recompensa possível.

Para gerar esse tipo de ação e de emoção, os criadores dos jogos recorrem a ferramentas de aleatoriedade (como o RNG) e a estratégias de design que incluem uma escolha criteriosa de sons, de cores e de animações gráficas.
 
Com isso, originam sensações intensas e que garantem a continuidade do interesse do jogador. Entre essas sensações encontramos a curiosidade, a frustração, a euforia, o alívio, a persistência e muitas outras.
 
 
Reforço emocional: uma estratégia de design emocional em Mines

Uma parte do impacto emocional de jogos como Mines acontece pelo uso sutil daquilo a que a psicologia chama “reforço intermitente”. Isto é: a influência que uma recompensa imprevisível tem no ser humano.
 
Quando uma pessoa se encontra perante uma situação na qual a obtenção de uma recompensa não depende apenas da ação, mas da aleatoriedade, é libertado em nosso cérebro um neurotransmissor chamado dopamina, que se relaciona com a antecipação e o prazer. Desse modo, em cada rodada, pelo equilíbrio entre a incerteza do resultado e uma sensação de controle, se perpetua um ciclo emocional relacionado com o risco e que resulta num estado de antecipação contínuo.

A esperança de conquistar lucros e a consciência do risco e das perdas acaba incentivando o jogador a continuar a jogar, repetindo a ação com uma sensação crescente expectativa. Assim, jogos como Mines exploram os mecanismos da mente humana, aproveitando muitos dos aspetos que a psicologia comportamental amplamente estudou.
 
 
Simplicidade: outra estratégia eficaz de uma interface minimalista

O design emocional inclui, como já vimos, elementos de cor, animação e som que tornam a experiência mais interessante e imersiva para os jogadores, incentivando a atividade. Além disso, a interface minimalista de Mines, aliada a esses elementos, reforça mais ainda o desejo de iniciar e continuar o jogo.

Por ser um jogo muito simples e intuitivo, com uma jogabilidade reconhecida já do clássico Minesweeper do Windows, esse jogo apresenta uma curva de aprendizagem quase inexistente, já que o entendimento de como jogá-lo é imediato. Não tendo a necessidade de aprender as regras, o jogador iniciado se sente mais estimulado a jogar, obtendo imediatamente uma sensação de controle. A isso podemos também chamar de design intuitivo.
 
Além disso, justamente pelo aspeto visual simples, a interface desse tipo de jogo é ignorada pelo consciente, servindo apenas de tela à atividade e permitindo uma maior concentração, que estimula a repetição.
 
 
Comunidades online: como influenciam a tendência dos jogos simples

Como provavelmente você sabe, Mines e outros jogos simples do mesmo tipo são, por norma, de jogabilidade individual. Ainda assim, isso não impede que sejam criadas comunidades online interessantes e cujo papel vai muito além do simples compartilhamento de experiências. Na verdade, plataformas como Stake incentivam essas comunidades, já que elas dão um contributo extra para o que vimos falando: o desejo de continuar a jogar. Nesse caso em particular, quando os jogadores se reúnem em comunidades, existe um impacto coletivo. Os jogadores acabam contando as suas derrotas e vitórias, gerando emoções em outros jogadores e gerando um sentimento de pertencimento. Assim, mais do que o prazer individual do jogo, os apostadores passam a sentir que fazem parte de um grupo, o que adiciona mais uma camada de conexão emocional e estimula mais ainda seu desejo de continuar jogando.

Fóruns temáticos, redes sociais e plataformas de streaming vêm se tornando, desse modo, importantes para os jogadores, fazendo parte de uma cultura digital compartilhada e baseada, entre outras coisas em vínculos emocionais que, apesar de terem um impacto invisível, são fortes e duráveis.
Como pode Mines servir de exemplo para outros produtos digitais?

Quando falamos de design emocional, Mines é um exemplo de boa aplicação. Simples, cativante, estimulante e imersivo, o jogo explora a mente e o comportamento humanos de um modo sutil, mas eficaz.
 
As estratégias de design usadas por esse jogo podem ser usadas em outros contextos digitais, incluindo em outros jogos, mas também em plataformas virtuais, aplicativos ou até lojas online.

A primeira questão a considerar é a importância da resposta rápida. Um feedback imediato como o de Mines (onde o jogador sabe, de imediato, se encontrou uma gema ou uma mina) é essencial para garantir o engajamento e o investimento emocional dos usuários. Além disso, o foco na simplicidade pode contribuir para uma maior densidade emocional através de uma interface intuitiva e pouco complexa, convidativa para que o usuário possa estar mais focado na atividade e aproveitar uma navegação mais fluida, gerando uma sensação de controle. As abordagens minimalistas são, em vários setores, uma tendência que vem comprovando sua eficácia.

Outros setores digitais podem ainda aprender com Mines a importância de confiar ao usuário uma maior autonomia. Nesse jogo, a decisão de quando fazer cashout (saque dos ganhos) é inteiramente do jogador e essa sensação de controle estimula os vínculos emocionais e torna mais provável a fidelização à atividade. O mesmo pode acontece quando, em outros contextos, é dado maior poder aos usuários. Um exemplo seria, numa loja online, a oferta de produtos personalizados.
 
 
Em conclusão: o design emocional e seu impacto invisível

O processo de criação de um jogo como Mines implica etapas criativas, de design e de programação e, em todas elas, são utilizadas estratégias e ferramentas que têm por objetivo cativar os jogadores e fazer com que eles se conectem emocionalmente com o jogo, para que continuem jogando.
 
A experiência emocional de jogar Mines não depende, como em outros jogos mais complexos, de sistemas avançados, narrativas longas e intricadas ou gráficos magníficos. Em vez disso, são exemplo de uma aplicação bem sucedida do design emocional.

Usando a simplicidade (e até o minimalismo) como meio, Mines aproveita os conhecimentos sobre a mente e o comportamento humano e se apresenta como um jogo em que cada decisão tem a dosagem certa de risco, de tensão e de possibilidade. Assim, mantém os jogadores interessados, ligados e engajados.

Levando mais longe tudo isso, esse jogo acaba saltando do patamar individual de jogabilidade para um fenômeno mais amplo e cultural, permitindo o compartilhamento coletivo das experiências. Essas partilhas não só incentivam novos jogadores a experimentar o jogo, como são um estimulo para que os jogadores atuais continuem jogando.

Em suma, podemos dizer que a aplicação do design emocional nos jogos simples, ainda que totalmente invisível, é uma das principais razões do seu sucesso, já que garante a cativação e fidelização dos públicos com base em estruturas simples, mas de grande complexidade emocional.
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