O Lar do Bebê, unidade de acolhimento mantida pela prefeitura de Porto Velho através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf), está em reforma há dois meses, mas a obra não segue as determinações judiciais, segundo relatos de servidores. Enquanto a reforma patina, 19 crianças, incluindo portadores de necessidades especiais sendo uma cadeirante, convivem com condições inadequadas à saúde e a segurança.
De acordo com os servidores, o local conta com apenas dois cuidadores por plantão, insuficientes para atender a alta demanda. As crianças estão expostas à poeira da reforma e precisam dividir um único banheiro com três vasos, dos quais dois estão entupidos.
A precariedade agrava denúncias de comportamentos inapropriados entre as crianças, como relatado por servidores: “Com todos usando o mesmo banheiro, fica mais difícil ainda controlar as interações.”
Não houve preocupação da Semasf em alugar outro local para abrigar as crianças enquanto conclui a reforma. Com as crianças dentro da unidade em obras existe o risco de acidentes com ferramentas e outros objetos utilizados pelos trabalhadores.
Decisão recente do Juizado da Infância determinou medidas emergenciais para solucionar a crise no Lar do Bebê, incluindo a contratação de mais cuidadores e assistentes sociais, além da elaboração de um projeto arquitetônico de reforma em até 15 dias. Em caso de descumprimento, a unidade pode ser interditada, e a prefeitura será multada em R$ 5 mil diários.
Enquanto isso, as crianças seguem em situação de vulnerabilidade, à espera de um acolhimento digno e seguro.