Luciene Kaxinawá foi reconhecida como destaque na categoria “Raça em Pauta”
Foto: Divulgação/Lilo Oliveira
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Na tarde do último domingo (26), a jornalista indígena de Rondônia, Luciene Kaxinawá, que atualmente trabalha no Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, venceu uma das categorias do prêmio “Sim à Igualdade Racial”, organizado pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR).
Luciene foi reconhecida como destaque na categoria “Raça em Pauta” e o evento foi realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no começo da tarde do domingo e transmitido na Rede Globo, em uma edição com os melhores momentos, depois do Fantástico.
“Tenho orgulho da trajetória que estou construindo, do legado que deixarei para minha filha, que já está fazendo parte dessa história. Tenho orgulho de ser do Norte, da Amazônia e ser rondoniense, com raiz acreana também. Levar o nome do meu povo Huni kuin também conhecido como Kaxinawá. Os desafios são inúmeros, mas não é impossível alcançar nossos objetivos. Poucos sabem os verdadeiros caminhos que percorremos e caminharam ao nosso lado. Filha de pai e mãe que não sabem ler ou escrever, muitos lá atrás não acreditavam que seria possível eu realmente firmar no jornalismo, e principalmente, na televisão. Então, eu olho lá para trás e tenho orgulho de mim mesmo, por não ter desistido e me deixado abater por experiências ruins, difíceis e nem comentários negativos”, comentou Luciene.
Foto: Divulgação/Shouriço
Prêmio
O “Prêmio Sim à Igualdade Racial” é o maior evento da América Latina que reconhece quem promove a igualdade racial no Brasil e no mundo.
A premiação reconhece, celebra e premia pessoas, iniciativas e organizações que promovem e aceleram a igualdade racial em diversos espaços em nível nacional e global.
Conexão. Esse foi o tema do Prêmio Sim à Igualdade Racial em 2024. Ligando passado, presente e futuro, esta edição busca levar conexão em forma de emoção ao público.
E pelo segundo ano consecutivo, a TV Globo exibiu os melhores momentos da celebração que reconhece pessoas, empresas e iniciativas que atuam ativamente pela igualdade racial no Brasil.
“É necessário trazer pautas raciais dentro dos veículos de comunicação, pois só assim abrimos caminhos para a desinformação, para a desconstrução dos estereótipos e do preconceito. A comunicação hoje é uma das principais ferramentas de luta e resistência que temos. Esse prêmio não é só meu. Como pioneira indígena jornalista na televisão, minha missão é abrir caminhos para que os nossos parentes indígenas tenham também espaços e oportunidades. Isso tem que deixar de ser discurso das empresas e passar a ser uma realidade, praticada, vivida e com oportunidades iguais para todos independente de raça e/ou gênero ou orientação sexual. É por isso que hoje também faço parte junto com mais de 40 indígenas da Articulação Brasileira de Indígenas jornalistas, a Abrinjor”, observou Luciene Kaxinawá.
Caminhada
Luciene Kaxinawá é a primeira jornalista e apresentadora indígena da TV brasileira. Pertence ao povo Huni Kuin, localizados no Acre, fronteira do Brasil com Peru.
Tem 28 anos e há cerca de 10 atua na profissão. Sempre no jornalismo étnico-ambiental, investigativo, e agora, de educação.
Foto: Divulgação/Lilo Oliveira
Passou pela afiliada da Rede Globo, e em Rondônia, colaborou com a agência de notícias Amazônia Real e a Vogue Brasil. Foi correspondente na Amazônia pela CNN em 2020, além de outros. Atualmente é apresentadora no Canal Futura e colunista do Portal Terra.
Futura mamãe de Tayná Walela Soe Magūye Ikin, que é fruto de uma união entre uma Huni kuin e Paiter Suruí.
Este é o terceiro prêmio de Luciene, sendo reconhecida ainda com reconhecimento internacional Condé Nast, pela edição "Guardiões da Floresta" e ainda a 17ª edição Troféu Mulher Imprensa, na categoria Regionalidade – Norte/2023, além de ser coautora do livro “Liderança: mulheres que comunicam a transformação”.
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