'MACUMBEIRINHA': Funcionárias de escola municipal são denunciadas por intolerância religiosa

Marise Castiel volta às manchetes: antes por merenda precária, agora por preconceito

'MACUMBEIRINHA': Funcionárias de escola municipal são denunciadas por intolerância religiosa

Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Velho

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A mãe de uma menina de cinco anos denunciou que a filha sofreu intolerância religiosa dentro da Escola Municipal Marise Castiel, em Porto Velho, praticada por duas funcionárias da instituição.

 

“Chamaram ela de ‘macumbeirinha’. Falaram que era pra mãe dela tirar ela da escola porque lá não era lugar de ‘macumbeirinha’”, disse ela.

 

Em março, o Rondoniaovivo denunciou que a escola servia apenas suco com bolachas para as crianças com a reportagem: “POUCAS OPÇÕES: Escolas de PVH servem merenda escolar sem valor energético para alunos”.

 

Segundo a mãe, uma das funcionárias denunciadas ocupa o cargo de coordenadora da instituição e outra é professora.

 

De acordo com ela, há algumas semanas a filha apresentava comportamento estranho na escola: não aceitava ir ao banheiro ou ao refeitório sozinha e fazia as necessidades fisiológicas na roupa. Ela decidiu levar a menina à psicóloga para entender o que estava acontecendo.

 

“A minha filha chegou e falou: ‘mãe, o que é macumbeira?’ E eu perguntei o porquê. Ela disse: ‘porque a tia tava me chamando de macumbeirinha dentro do banheiro, eu não aguento mais’. Aí a gente juntou peça por peça do porquê ela estava fazendo cocô nas calças e não queria ir ao banheiro sozinha”, revelou a mãe.

 

De acordo com os relatos da menina para a mãe, o episódio não aconteceu apenas uma vez. Há cerca de um mês ela sofre com os ataques praticados pelas funcionárias e, por isso, está traumatizada.

 

“Ela não quer ir mais pra escola, não aguenta mais. Ela não sabe nem o que é (macumbeira), é uma criança. Eu fui para frente porque é a minha filha. Se fosse comigo, eu sei resolver, mas a minha filha não, ela é uma criança indefesa”, comentou.

 

A mãe da menina é umbandista e traz a religião do berço, assim como seus antepassados. Apesar disso, carrega a crença com discrição justamente por medo de retaliações.

 

“Fui criada na umbanda, vem da minha vó. Vai passando de geração em geração. A minha avó tem 85 anos e ela também nasceu nisso, vem dos pais dela”, relembra.

 

Ela demonstra estar bastante angustiada por ter sua filha e sua religião atacadas.

 

“É uma discriminação muito grande. Na escola as crianças vão para aprender e cada criança tem uma religião. Eu estou bem angustiada, minha filha não volta mais se ela [a funcionária] tiver na escola”.

 

O caso foi registrado na Polícia Civil de Porto Velho e uma denúncia também foi protocolada na Secretaria Municipal de Saúde (Semed). O Conselho Tutelar também foi acionado.

 

A Semed informou que não tinha conhecimento do caso e que “está apurando o que houve para que não ocorra novamente”.

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