AUTISTAS: Mães se unem para driblar a falta de apoio público no tratamento dos filhos

Sem conseguirem assistência no SUS e sem condições financeiras para tratamento particular, elas criaram um grupo para se ajudarem

AUTISTAS: Mães se unem para driblar a falta de apoio público no tratamento dos filhos

Foto: Mães relatam dificuldades para conseguirem tratamento para os filhos com autismo (Imagem ilustrativa)

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As mães, consideradas 'atípicas', são aquelas que possuem filhos que nasceram com algum tipo de deficiência ou transtorno. E, além de tudo, buscam por visibilidade e batalham pelos direitos dos filhos. Um desses transtornos é o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como Autismo.

 
O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
 
 
Relatos
 
O Rondoniaovivo conversou com duas mães atípicas sobre como é ter um filho autista. Durante a entrevista, elas relataram como tem sido difícil a aceitação dos filhos por parte da sociedade e a falta de assistência do poder público. 
 
Uma dessas mulheres é Ana Claudia Maciel, mãe dos gêmeos Maicon e Moisés, ambos de quase três anos. Ela conta que tem lutado para conseguir que os seus filhos consigam fazer os tratamentos necessários.
 
Maicon Maciel
 
Moisés Maciel
 
"Quando eles foram diagnosticados com o TEA, procurei assistência médica no Sistema Único de Saúde (SUS), mas sem sucesso. Eles precisam fazer terapia ocupacional, acompanhamento com fonoaudiólogo, de forma contínua e por tempo indeterminado. Além de integração sensorial e terapia aba, que estuda o comportamento da criança com autismo", disse Ana Claudia.
 
Diante da falta de assistência pública e da necessidade de tratamento para os filhos, Ana, mesmo sem condições financeiras se viu obrigada a fazer um plano de saúde particular para garantir que os irmãos tivessem assistência profissional.
 
Ana ainda compartilhou como funciona na prática, a maternidade atípica.
 
"Assim que nós, mães, recebemos o diágnotisco do TEA nos filhos, automaticamente, nos tornamos mães duas vezes. Com eles, aprendemos muitas coisas que antes parecia ser impossível para nós. Tem dias que ficamos perdidas, mas acredito que eles nos dão uma força maior para continuar. Infelizmente, a maior dificuldade ainda é o preconceito", relatou ela
 
 
Sem apoio
 
A outra mãe é Michele Soleto, que está enfrentando as mesmas dificuldades de Ana, para garantir a assistência necessária ao filho. Ela relatou que o garoto se chama Gabriel Cristian Soleto, tem 8 anos, e, atualmente, está sem terapia. 
 
Desde que começou a pandemia, tiveram que parar o tratamento, que era feito em uma clínica particular. No entanto, o custo ficou muito caro para a família, que não teve mais condições de bancar.
 
Gabriel Cristian Soleto, 8 anos 
 
Há dois anos, a mãe solicitou o Benefício de Prestação de Continuada (BCP/LOAS), que é destinado à pessoa com deficiência e a quem não possui condições de prover o próprio sustento. Porém, até o momento não conseguiu ter acesso a esse benefício. 
 
"O único lugar que ainda consigo levar ele é no Caps Infantil, mas é muito lento o tratamento. Ele regrediu bastante e tem medo de alguns barulhos e ruídos", desabafou Michele.  
 
Acolhimento
 
Para driblar a falta de assistência pública e se ajudarem, essas mulheres lutadoras criaram a "Comissão de Mães Atípicas", que é um grupo nas redes sociais onde essas mães podem trocar experiências e ao mesmo tempo prestar apoio umas às outras. 
 
Quem quiser participar ou obter mais informações, pode entrar em contato através do número: (69) 99979-1180.
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