O discurso do presidente Jair Bolsonaro por Rondônia, na manhã desta sexta-feira(07), durante a inauguração da ponte do Rio Madeira, no distrito de Abunã, teve um recado direto para os grupos envolvidos nas invasões de propriedades rurais no estado, em especial, a Liga dos Camponeses Pobres(LCP).
“LCP, se prepare. Não ficará de graça, no barato, o que vocês estão fazendo. Não tem espaço aqui para terroristas. Nós temos meios de fazê-los entrar no eixo e respeitar a lei”, ameaçou o presidente.
As palavras de Bolsonaro são um alerta de que invasões de terras não serão mais toleradas em Rondônia e que a reação contra essas ações será rigorosa por parte do Governo Federal. A Liga dos Camponeses Pobres tem um histórico de violência em Rondônia, com invasão e destruição de propriedades rurais, em vários municípios do estado.
A mais recente ação atribuída ao grupo aconteceu no último dia 21 de abril, em na Fazenda Santa Carmen, localizada no distrito de Abunã, nas proximidades da ponte do Madeira, justamente, onde o presidente fez a inauguração.
Os relatos dão conta que no dia da invasão, cerca de 40 homens armados chegaram na fazenda, renderam e espancaram dois homens que estavam no local. Em seguida, atearam fogo em carros, motocicleta e na sede da propriedade. O bando ainda teria roubado dois tratores.
PM’s mortos
No ano passado, no mês de outubro, dois policiais militares de Rondônia foram mortos na região de Mutum Paraná, sendo esses crimes atribuídos a membros da LCP. No primeiro assassinato morreu o tenente Figueiredo, em uma emboscada dentro de uma fazenda da região.
O sargento Rodrigues e o tenente Figuereido, ambos da PM, foram mortos em 2020 e os suspeita dos crimes recaí sobre menbros da LCP
A PM foi avisada do ocorrido e deslocou uma equipe até o local, pois havia a informação que um sargento da corporação havia escapado do ataque e necessitava ser resgatado. Nessa ação, houve confronto com os invasores, resultando na morte do sargento Rodrigues, da Força Tática do 5º Batalhão.
Dias depois, uma operação da Polícia Civil conseguiu prender, em um acampamento da LCP, alguns suspeitos de envolvimentos nos dois assassinatos. Mas foram liberados pela Justiça que não encontrou elementos para mantê-los presos.
A afirmação de Bolsonaro de que pretende agir com rigor contra a LCP em Rondônia, pode ser um prenúncio de que novos conflitos no campo podem ocorrer no estado.