Na nota, postada no facebook, a médica disse que atendeu a criança e encaminhou para sala de sutura enquanto socorria outro paciente com quadro mais grave, fratura no pé.
Foto: Divulgação
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O fato que chamou muita atenção e repercutiu em diferentes redes sociais aconteceu na última segunda-feira (5), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), da zona sul de Porto Velho, onde a médica, Leticia Duarte foi detida e conduzida a Central de Flagrantes pelo crime de desacato a autoridade. A prisão aconteceu durante atendimento a uma criança, que havia sido agredida pela tia, com uma paulada na cabeça.
Na nota, postada no facebook, a médica disse que atendeu a criança e encaminhou para sala de sutura enquanto socorria outro paciente com quadro mais grave, fratura no pé. No momento, um dos policiais que prestou socorro a criança pediu urgência e a médica informou para aguardar, pois estava com em atendimento ao caso mais delicado. Então, Leticia disse que foi atacada de forma verbal com a seguinte frase proferida pelo militar “não quer trabalhar, não sai de casa”, nervosa a médica retrucou “Cale-se” e recebeu voz de prisão e foi encaminhada para a delegacia.
CONFIRA A NOTA
Meu nome é Letícia, sou médica, casada e mãe. Me formei em 2010, trabalhei nos hospitais Prontocordis, Cosme Damião, Panbaby, policlínica Ana Adelaide e UPA Sul.
Já passei por muitas situações complicadas, pelas quais muitos médicos já passaram ou ainda vão passar.
Hoje, grávida de 7 meses, passei por mais uma situação complicada, talvez a mais complicada em toda a minha carreira médica.
Estava de plantão na UPA Sul, desde às 19:00 de domingo (04/12). Meu plantão terminaria às 7:00 de segunda-feira (05/12). Às 6:40, recebi dois pacientes, vítimas de um acidente de trânsito. Enquanto atendia os dois, e fazia encaminhamento de um deles para o hospital João Paulo II, pois a mesma estava com fratura no pé, ouvi alguém questionar fora da sala, se não havia médicos atendendo naquele momento. Então, saí da sala e falei com um policial, explicando que eu era a responsável no momento, porém estava naquele momento com um paciente na sala.
O policial chegou com uma criança, vítima de agressão com uma paulada na cabeça. A criança estava consciente e andando, e a encaminhei para a sala de sutura para fazer a limpeza do ferimento e que depois iria atende - lo.
Continuei fazendo o encaminhamento da paciente que estava com o pé quebrado, porém não consegui terminar o que estava fazendo, pois enquanto eu tentava realizar meu trabalho, fui atacada com a seguinte frase:
"Se não quer trabalhar, não sai de casa."
Logo, fiquei nervosa e pedi para que ele se calasse, pois o mesmo não sabia o que estava falando. Então, o policial me deu voz de prisão por desacato, isso mesmo, "desacato". Recebi voz de prisão em atendimento de urgência. Um erro gravíssimo. Pois deixei a paciente que estava com a fratura de pé na maca. Que depois meus colegas que deram continuidade ao atendimento dela.
Fui conduzida a central, onde passei o resto da manhã, sendo acusada de algo que eu mesma sofri. Fui conduzida, e adivinhem só, a criança cujo o policial julgou ser o caso mais urgente no momento, estava lá, isso mesmo, a partir desse momento o policial não achava mais tão grave o estado do menino e resolveu leva-lo para prestar depoimento.
E esses foram os fatos ocorridos.
Resolvi escrever esse texto, apenas para esclarecer o ocorrido, pois estou sendo julgada e criticada por pessoas que não têm conhecimento dos acontecimentos.
Acredito que todos tenham o direito de resposta e defesa. Toda história tem dois lados, e este é o meu.
Agradeço pela atenção de todos.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!