Governo participa de Caravana da Esperança
Foto: Divulgação
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Na sexta-feira (23) o governador Confúcio Moura, acompanhado dos secretários de estado, participou da Caravana da Esperança pelos povos indígenas Cinta Larga, idealizada pelo Ministério Público Federal.
A caravana saiu da praça central de Espigão do Oeste, com cerca de 300 pessoas, entre autoridades municipais, estaduais e federais, que em comboio de mais de 30 carros, seguiram até a Reserva Indígena Roosevelt.
“Nossa missão aqui é conhecer, bem de perto, a situação problemática da extração ilegal de diamantes na Reserva Roosevelt, que envolve uma questão territorial da maior reserva do estado de Rondônia e promover uma resposta rápida aos anseios dos povos Cinta Larga”, destacou o governador Confúcio Moura.
O governador frisou que o governo está mais próximo dos povos indígenas. “Realizamos o primeiro concurso estadual para professores indígenas, iniciativa inédita no país. A população Cinta Larga conta com sete escolas com 270 alunos e 30 professores indígenas. Este ano com o apoio do governo, o município de Cacoal irá realizar os primeiros jogos indígenas e ano que vem o governo irá realizar o primeiro jogos estaduais indígenas”, afirmou.
Com o lema “Conhecer para ajudar” o objetivo da caravana, segundo o promotor da República Reginaldo Trindade, foi o de levar as autoridades e pessoas para conhecer a triste realidade dos indígenas e, com isso, alcançar novos importantes parceiros nessa luta tão difícil. “Conseguimos algo inédito no país. É um alento para a nossa batalha para tentar reverter à centenária história de indignidades que aflige o Povo Cinta Larga”, ressaltou Trindade.
O cacique Marcelo Cinta Larga afirma que hoje a etnia Cinta Larga está com uma população de três mil indígenas em um território de 2,7 milhões de hectares compreendendo parte dos estados de Rondônia e Mato Grosso. “Nosso povo está a beira da extinção. O garimpo trouxe muitos problemas para o nosso povo, como doenças que até então eram desconhecidas por nós. Nossa reivindicação é regulamentação do garimpo para ser explorado pelos indígenas de forma organizada e gerando os impostos devidos para o estado e para o país”.
Marcelo diz ainda muitos mitos foram criados sobre o povo Cinta Larga. “Nos chamam de violentos e cruéis. O que tenho a dizer sobre isso, é que não acreditamos mais na flecha e na borduna e sim no papel e na caneta, para resolver os problemas do nosso povo”, destacou.
Na aldeia, o MPF e o governo de Rondônia assinaram um protocolo de interesses pelo qual o Poder Executivo Estadual se declara parceiro do MPF e do Grupo Clamor (Cinta Larga: Amigos em Movimento pelo Resgate) e expressa seu apoio incondicional à luta de ambos para tentar assegurar os direitos humanos fundamentais da comunidade tradicional. Também foi assinado um Termo de Adesão à Carta de Parlamentares do Brasil em Apoio à Luta do Povo Cinta Larga pelo Senador Acir Gurgacz, deputados federais e estaduais, além de vereadores presentes ao evento.
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