Na manhã da última terça-feira (07) a família do produtor rural Aristomildo Oliveira, do ramal Jorge Alagoas da gleba Jacy-Paraná, foi surpreendida por funcionários da Santo Antônio Energia que estavam na companhia de um Oficial de Justiça do Estado de Rondônia, quando entregaram uma notificação com prazo de 15 dias para a desocupação da área que vai ser inundada. A ordem judicial atinge Aristomildo e outras quatro famílias que residem nas proximidades.
Um caminhão com três homens estacionou na casa do sitiante para dar início à retirada dos pertences das famílias. O desespero tomou de conta do povo humilde da gleba Jacy-Paraná, com medo de ir parar no “olho da rua”.
Aristomildo Oliveira fez contato com seu advogado, que solicitou dos conselhos tutelares de Porto Velho e Jacy-Paraná o amparo as crianças daquela comunidade, que irão ficar sem ter onde morar, graças a decisão judicial. Uma das crianças tem apenas cinco meses de vida.
Oliveira explicou que assinou um laudo de indenização para a Santo Antônio Energia, porém até hoje não recebeu a indenização acordada. Também não havia sido definido o prazo de retirada de seus bens de sua área. “Eles nem se quer me indenizaram. Como fica as minhas criações de gado, porco e galinhas. Para onde eu e minha família vamos?” indagou o produtor rural Aristomildo Oliveira que deve migrar para a periferia de Porto Velho ou distritos
Na tarde da terça-feira (07) a reportagem do Rondoniaovivo.com foi até o local que fica distante 76 quilômetros da capital e se deparou com os homens e o caminhão da Santo Antonio Energia que estavam prontos para retirar os pertences das famílias. O caminhão e os braçais estavam aguardando dentro da propriedade do produtor, trazendo assim, constrangimento e intimidação aos moradores.
A assessoria jurídica do produtor rural analisou a documentação que o oficial de justiça e os funcionários da Santo Antônio Energia havia deixado para os moradores e constatou que a documentação era apenas uma notificação dando um prazo de 15 dias para a retirada das família da área. “Nós estamos sem entender o porquê de tanta pressa. Não vamos sair daqui sem receber nada, isto é uma injustiça”, disse o Aristomildo Júnior.