DIREITO & CONSUMO - Até Quando? – Por Gabriel Tomasete

DIREITO & CONSUMO - Até Quando? – Por Gabriel Tomasete

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Foto: Divulgação

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Verás que um filho teu não foge à luta”. Bonito trecho do hino nacional brasileiro, mas a realidade contrasta. Infelizmente.

O brasileiro é pacífico, e isso é bom; mas é acomodado, conformado e inerte, e isso é muito diferente de ser calmo, o que não é nada bom. Pelo menos para quem deseja ser respeitado.

Nada mais apropriado do que este tema em pleno Carnaval. Que tema?

A questão é a seguinte: o comportamento dos brasileiros me incomoda. Deveria, também, incomodar a todos os que não suportam ver abusos contra os consumidores. Mas o que isso tem a ver com a festa carnavalesca?

No Brasil, a corrupção é escancarada, há ilegalidade de todas as formas e em todos os lugares, os valores morais da sociedade são massacrados diariamente e o brasileiro se contenta em pular Carnaval, tomar uma cerveja e torcer pelo seu time. O resto, para ele, é mero detalhe. Assiste a tudo calado, inerte.

E o que isso tem a ver com direito do consumidor? Muito.

Dias atrás, estava em uma agência do Banco do Brasil. Um cidadão entrou, dirigiu-se ao caixa eletrônico e, irritado, questionou ao funcionário se não iriam consertar aquela “máquina”, argumentando que era a única para depósitos e há dias não funcionava.

O funcionário simplesmente deu as costas, ignorando-o. O cidadão, então, passou a gritar: “Vou buscar uma marreta para quebrar tudo, só assim vão me ouvir!”. Os outros cidadãos o olhavam como se fosse um extraterrestre. Pior do que isto, muitos o julgaram chato e impertinente.

Eu, porém, vibrava com o seu comportamento. Não queria vê-lo “quebrando tudo”, obviamente, mas admirava o fato de manifestar a sua indignação. Importante deixar claro que sou contrário ao vandalismo.

A pergunta que persiste, neste caso específico daquele consumidor destratado pelo banco é: e se outros clientes “aderissem” ao seu protesto? A situação ganharia peso.A imprensa poderia ser chamada, o funcionário que a ele deu as costas se sentiria constrangido e o banco seria cobrado.

Assim agem, com frequência, os cidadãos de outros países e tem funcionado muito bem. As empresas pensam duas vezes antes de desrespeitar os consumidores. Já no Brasil, riem de nós, os integrantes da turma do “deixa pra lá”. Enquanto isso, banqueirosestão cada vez mais bilionários e os clientes aguardam horas nas filas.

Que me ajudem os historiadores, sociólogos ou psicólogos, mas eu não consigo compreender nem aceitar tanto conformismo. Isso sim é uma aberração, a meu ver.

Neste sentido, vale citar “Gabriel, o Pensador”, que em sua música “Até Quando?”, diz o seguinte:Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta”.

O primeiro e mais eficiente caminho para ser respeitado é não se calar diante dos abusos cometidos pelos fornecedores de produtos e serviços. Temos que refletir e agir. E agir unidos. Sem marreta, mas com firmeza e altivez.

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