Produtores buscam profissionalização, melhoria na produção e diversificação de arranjos
A cultura de flores, especialmente as tropicais, nunca esteve num estágio tão promissor de desenvolvimento, aumento de áreas plantadas e desempenho no mercado em Rondônia. A constatação é de Otto Walter Schmidt, da empresa KAS – Assessoria e Consultoria Ltda., ao avaliar os resultados obtidos pelo Projeto Floricultura Tropical em Porto Velho, capital de Rondônia.
Segundo a avaliação do consultor, aos poucos a floricultura em Rondônia vem evoluindo e conquistando espaço, faltando-lhe apenas uma concentração maior de esforços nas ações de divulgação.
Esse novo desafio começa a ser superado com as campanhas de divulgação da cadeia produtiva de floricultura e não apenas das flores. Arranjos, vasos, buquês, decoração ambiental (residência, escritórios, consultórios e, principalmente lojas), são itens fundamentais nesse processo.
“Agora, o mais importante é a divulgação das flores, depois de um maior conhecimento da atividade pela população, especialmente por profissionais como decoradores e as lojas”, afirma Otto
Em sua avaliação, o crescimento da cidade, o aumento dos atores econômicos “trouxe também maior uso das flores tropicais tanto para compor ambientes como para presentear alguém, sem contar setores como hotéis e restaurantes, que também incluem arranjos florais em seus ambientes”.
O avanço inclui também um componente que parece contraditório, diz Otto: especialização e diversificação. No primeiro caso, a busca por nichos de mercado, como no caso das orquídeas. Mas deve-se ficar atento que o floricultor não pode se especializar em u segmento, devendo ir atrás de novidades, principalmente com a estruturação das propriedades.
Isso significa investir em pós-colheira das flores – lavar, processar, amarrar e levar para o mercado – em ações que melhorem a qualidade do produto entregue ao consumidor final. “Uma prova disso será tirada no início de 2011, quando haverá uma mostra de flores tropicais em que o próprio grupo de produtores irá organizar”, salienta o consultor.
Isso tudo porque já se tem uma produção suficiente para abastecer o mercado local, apesar de todos os problemas causados pela extensa seca e também as queimadas na região. A produção tem boa qualidade e, como disse, a busca deve ser o mercado, junto com um processo de marketing.
Outro fator importante: os produtores começam a investir em estufas para enfrentar as ações bruscas do tempo, desenvolvendo o chamado cultivo protegido; também acrescentam vasos e flores de corte de valor agregado, além de acabar com a dependência do clima. Um outro produto que pode fortalecer as propriedades é a exploração de gramas decorativas.
Para Carolina Carneiro, do Sebrae, coordenadora do Projeto Floricultura Tropical em Porto Velho, “as pessoas começam a se conscientizar de que as flores tropicais têm valor e combinam com tudo o que há de melhor na cidade. Mesmo não existindo uma divulgação agressiva do produto, os produtores aos poucos percebem o grande potencial consumidor que existe em Porto Velho. E estão investindo cada vez mais por conta do bom retorno que estão tendo”.