Depois de muito insistir, a vereadora Ellis Regina conseguiu aprovar um requerimento, na sessão de segunda-feira, convidando o presidente do Ipam, João Herbety Peixoto, o coordenador de previdência, Silvio Leal, dentre outros membros da diretoria executiva, para prestarem esclarecimentos, em plenário, em data e horário a serem estabelecidos, sobre denúncias e reclamações envolvendo a instituição.
Entretanto, como se trata de convite, nenhum dos citados no documento é o brigado a comparecer. Segundo a Lei Orgânica, o prefeito, o vice-prefeito, o procurador-geral do município e os secretários municipais só são obrigados a prestarem, pessoalmente, informações à Câmara, quando convocados, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação plausível.
Beto, como é mais conhecido entre os seus, tem muita coisa a dizer aos vereadores sobre sua desastrosa administração à frente daquele órgão, começando pela reforma do prédio do Ipam, cuja obra, de péssima qualidade, levou quase dois anos para ser concluída.
Igualmente, não podem passar despercebidos da análise criteriosa dos parlamentares, os contratos celebrados entre o Ipam e prestadores de serviços, com relevo para os setores de limpeza e segurança. Há, ainda, outro problema sobre o qual os vereadores precisam debruçar-se. Trata-se do decreto assinado pelo prefeito Roberto Sobrinho (PT), mudando procedimentos médico-hospitalares prestados pelo instituto aos segurados e dependentes.
Em vez de medidas extemporâneas e inócuas, a vida pública reclama novas técnicas de comando e fiscalização, no tumultuado mundo em que vivemos, para que possa atender às exigências do progresso e às mudanças sofridas pela estrutura social.
Nesse sentido, é imperiosa a criação do Conselho Municipal Assistencial, com vistas a fiscalizar a aplicação dos recursos da assistência médica, nos mesmos moldes do Conselho Municipal Previdenciário.
A fiscalização financeira que temos é deficiente e rala pela ingenuidade, sem garantir a integridade e a exação. Por conta disso, aqui e alhures, explodem denúncias e escândalos escabrosos envolvendo a má aplicação dos dinheiros públicos.
Não se diga, porém, que isso esteja acontecendo com o Ipam, mas não custa prevenir. Afinal, como diz o dito popular, o seguro morreu de velho e o desconfiado está vivo até hoje. Diz o provérbio que, quem não deve, não teme. Se Beto não tem nada a temer, não há por que evitar a sabatina.