Frustração de expectativas leva muitos trabalhadores a quererem sair da Odebrecht

Frustração de expectativas leva muitos trabalhadores a quererem sair da Odebrecht

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Foto: Divulgação

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Vários trabalhadores contratados pela Construtora Odebrecht estão arrependidos com a decisão de ter ido trabalhar na empresa. As principais reclamações são pisos salariais considerados baixos, sistema de transporte inadequado, forma de tratamento dos encarregados em relação aos operários com características de assédio moral no trabalho, falta de condições de trabalho e longas jornadas. Alguns depoimentos foram feitos durante a manifestação ocorrida na manhã desta quarta-feira (08/04), em frente ao Centro de Recrutamento da Empresa.
Um lubrificador de máquina, cujas iniciais é A.A.O, que já trabalhou na construção das barragens de Paulista, em Pimenta Bueno, e Catalão, em Goiás, em funções menos qualificadas que a atual, recebia naquelas obras valor médio de R$ 1.500, sendo que atualmente está contratado pela Odebrecht por apenas R$ 664,00 mensais.
E.A.M, de Porto Velho, foi contratada como ajudante de produção com um salário de R$ 500 e reclama, além do salário baixo, da forma como foi tratada pela empresa após o retorno de um afastamento pelo INSS por acidente de trabalho, quando teria sofrido várias humilhações por parte do encarregado, que não se preocupou com sua readaptação obrigando-a a fazer trabalhos incompatíveis com sua condição de saúde.
O ex-vigilante S.S.P. que trabalhava anteriormente em uma empresa de segurança da Capital está muito arrependido de ter pedido as contas e ingressado na Odebrecht. No emprego anterior ele ganhava R$ 720 e tinha uma jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas folga; sendo que atualmente ganha R$ 556 e diariamente sai de sua casa às 5 horas da manhã e só volta às 20 horas; ou seja, trabalha muito mais e recebe bem menos.

Em comum estes três trabalhadores têm uma reivindicação surpreendente: querem que a Odebrecht demita-os sem justa causa e pague seus direitos. Segundo Raimundo Soares da Costa, o “Toco”, um dos lideres da oposição sindical na construção civil, dezenas de outros trabalhadores têm o mesmo desejo, sair o mais rapidamente possível da empresa e tentar voltar aos seus antigos empregos ou cidades.

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