Cada vez mais o gás natural vem sendo utilizado como matriz energética e fonte alternativa de energia menos poluente”. É dessa forma que o ex-diretor e consultor da Petrobras, Percy Louzada, defende o gás natural como o combustível do novo milênio.
O gás natural não possui cor ou cheiro e pode ser utilizado para resfriamento, aquecimento e produção de eletricidade em automóveis e na indústria. A bacia de Urucu, localizada a 600 km de Manaus, no Amazonas, tem potencial para produzir 10 milhões de metros cúbicos de gás natural por ano. Porém, parte desse gás é reinjetado ou queimado após separação do petróleo, que é aproveitado para atender às termelétricas e às indústrias da região Norte.
O deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) ressalta que o país perdeu e continua a perder bilhões de metros cúbicos de gás por não distribuir o produto dos poços da Bacia de Urucu para a região e aponta a construção do gasoduto Urucu–Porto Velho como solução: “a obra possibilitará o aproveitamento do excedente desse combustível e o crescimento econômico para a região Norte”.
O gasoduto Urucu-Porto Velho terá 530 km ligando a bacia petrolífera de Urucu até Porto Velho. O duto vai substituir o óleo diesel utilizado na região para geração de energia do Acre a Rondônia. Hoje são transportados 1,3 milhão de litros do combustível por dia, por meio do Rio Madeira, com alto risco ambiental.
Para o coordenador do Conselho Temático da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Antônio Marrocos, o gás de Urucu possibilitará a abertura de novos postos de trabalhos.
Já o coordenador da bancada PT de Rondônia, Eduardo Valverde, entende que o gás atrairá fábricas de plásticos, cerâmicas e tintas, entre outras, que hoje não têm como se expandir por falta de gás nas regiões Sul e Sudeste.
A combustão do gás comparada a outros combustíveis fósseis é mais limpa, o que diminui a emissão de gases poluentes na atmosfera. O coordenador da campanha de Energia Renováveis do Greenpeace do Brasil, Ricardo Baitelo, acredita que térmica que funciona a óleo diesel “aumenta e muito as emissões de gases, contribuindo para o efeito estufa”.
Pesquisadores do Laboratório de Química Atmosférica e Poluição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontaram significativa redução da poluição do ar com a substituição do óleo combustível pelo gás natural como fonte de energia, o que tem efeito direito sobre a saúde humana, por meio de diminuição de ocorrência de doenças do aparelho respiratório.