Em documento encaminhado nesta quarta-feira ao presidente da Assembléia Legislativa, Neodi Carlos Oliveira, os sindicatos representantes dos servidores estaduais mais a CUT e a Força Sindical, pedem a suspensão da votação de Projetos de Lei do Executivo que concedam reajustes isolados a determinados segmentos em discriminação da maioria dos servidores. O documento também solicita a divulgação, com antecedência, da pauta e dos horários de votações das convocações extraordinárias, para que os sindicatos e os servidores possam acompanhar.
Assinam o documento o SINJUR (servidores do Judiciário), SINGEPERON (agentes penitenciários), SINTERO (trabalhadores em educação), SINTRAER (servidores do executivo), SINDSAÚDE (servidores da saúde), SINDAFISCO (auditores fiscais) SIDERON (enfermeiros), SIMPORO (motoristas), SINDIFISCO (grupo fisco), SINSEMPRO (Ministério Público), SINSDET (Detran), além da Força Sindical e da CUT.
Os sindicalistas alertam o presidente da Assembléia Legislativa para o descontentamento geral dos servidores estaduais com o governo do Estado, cuja revolta será ainda mais acentuada se forem votados e aprovados projetos como o que autoriza reajuste de 73% para os secretários de Estado e o que aumenta os salários de diretores de escolas em mais de 100%.
O documento destaca que os sindicatos entregaram suas pautas de reivindicações ao governo no início do ano, solicitando reposição da inflação da gestão do governador Ivo Cassol, de aproximadamente 12%. O índice de reajuste deveria ter sido pago desde abril, mês de referência para os reajustes dos servidores.
De acordo com levantamentos da CUT, no primeiro mandato do governador Ivo Cassol, a arrecadação estadual teve um aumento de 126,5%, saltando de R$ 662 milhões para, 1,5 bilhão. No mesmo período, no entanto, os salários dos servidores tiveram reajuste de apenas 15,5%, enquanto a inflação acumulada foi de 28,57%.
Os sindicalistas também questionam o reajuste de 28% concedidos pelos deputados aos próprios vencimentos, e a disposição do governo em privilegiar detentores de cargos comissionados, geralmente protegidos políticos, com reajustes substanciais, como é o caso dos secretários de estado e dos diretores de escolas.
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