Após a divulgação, no dia de ontem (19), de suposto tráfico de órgãos para Rondônia, o médico anátomo patologista e professor universitário, Paulo Cardoso de Almeida, recebeu diversos telefonemas e concedeu diversas entrevistas para dar explicações. Após ser surpreendido com a notícia o médico procurou imediatamente a Polícia Federal para dar as explicações.
“Eu havia acabado de sair da sala de aula, quando fui chamado pela direção da faculdade, já com a informação em mãos, de que estava sendo acusado de traficar órgãos humanos. Minha primeira reação foi procurar a polícia federal em Porto Velho para esclarecer o assunto que gerou o mal entendido”, disse o médico.
Muito nervoso, o médico que mora em São Paulo, em entrevista exclusiva ao Rondonoticias, no saguão do Hotel Vila Rica da Capital, disse que tem dois laboratórios. Um em São Paulo e outro em Porto Velho e que os órgãos fazem parte do acervo de espécimes cirúrgicos, como rins, glândula tireóide, estômago e outros. Estava trazendo a Capital para treinamento de estudantes do curso de medicina e dos funcionários do laboratório.
Segundo ele, no aeroporto, depois de informar o que continha nas caixas, o pessoal da empresa aérea não permitiu o embarque do material alegando não ter licença expedida pela vigilância sanitária.
“Eu procurei a polícia federal do aeroporto e a agência de saúde para deixar as caixas no local, mas não aceitaram também. Disseram que deveria pegar uma autorização na vigilância sanitária, mas até ir no local, perderia o vôo. Por isso optei por deixar o material com o pessoal da empresa aérea para depois um funcionário do laboratório ir pegar”, acrescentou Cardoso.
De acordo com o médico, os órgãos não servem para serem implantados. Estão com formol, produto químico que serve para conservar o material, e que só servem para fins de estudo.
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