Um grupo com cerca de 300 pessoas realizaram na manhã dessa segunda-feira (10) uma marcha de protesto por algumas vias do centro de Porto Velho, em um encontro na praça Jonathas da Pedroza, centro.
Apesar de não contarem com o apoio da PM, os manifestantes seguiram o trajeto programado, com saída na igreja Nossa Senhora das Graças, subindo a rua Salgado Filho e descendo pela avenida Sete de Setembro.
A marcha seguiu tranquilamente, com os integrantes carregando faixas e dando gritos de ordem contra o leilão da usina de Santo Antônio, que acontece em Brasília. Durante o percurso foi realizado panfletagem, com um folheto com o manifesto intitulado “Protesto contra a privatização das águas do rio Madeira”.
Confira abaixo o teor do manifesto:
QUEM É O DONO DO MADEIRA?
Nesse dia 10 de dezembro o Governo Federal pretende privatizar o rio Madeira, o maior afluente do Amazonas. O Leilão das usinas de Jirau e Santo Antônio quer abrir caminho para mais outras duas hidroelétricas e uma hidrovia em direção ao Oceano Pacífico.
O rio Madeira e suas margens deixarão de atender ribeirinhos, indígenas e a população de Porto Velho com águas, peixes, sedimentos e vida para se tornar um rio-mercadoria. Um rio morto, estéril, com águas podres, contaminado por mercúrio, multiplicador da malária. Um rio a serviço das indústrias eletrointensivas e do agronegócio, imprestável para o povo, para a pesca artesanal, para o lazer e para as culturas de várzea.
O projeto Complexo Madeira foi aprovado com estudos precários e insuficientes. A bacia do Madeira, que é trinacional, não foi pesquisada. A Licença-Prévia somente foi obtida depois de uma intervenção no IBAMA e com a desqualificação de seus melhores técnicos. A Licença do Madeira é uma grande farsa e não reconhecemos sua validade.
O leilão daquilo que não tem preço só pode acontecer à base da fraude e da corrupção. O lucrativo acerto entre os maiores consórcios privados, incluindo investidores internacionais, vai ser pago com dinheiro público, com a vida dos ribeirinhos e indígenas e com mais caos urbano em Porto Velho. Com as usinas, o patrimônio histórico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e da Igrejinha de Santo Antônio será descaracterizado para sempre. Verdadeiros monumentos ambientais como as cachoeiras de Santo Antônio e de Teotônio desaparecerão. Isso tudo tem preço?
Nossa origem, nossa mãe natureza e nossa história tem preço?
Não, nos vendemos! O Rio Madeira e nossas vidas não se vendem, se defendem!
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