A decretação do estado de calamidade pública em Parintins pelo prefeito Bi Garcia por conta da contaminação do lençol freático e de alguns poços artesianos resultou em audiência pública que será realizada segunda-feira (, às 10 horas, no Fórum de Justiça daquele município. A Assembléia Legislativa foi convidada a participar da reunião pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas), que também convocou o Ministério Público, a Prefeitura Municipal de Manaus e Câmara Municipal e órgãos que tratam do assunto como o Serviço Geológico do Brasil e a CPRM.
*O deputado Sinésio Campos (PT) propôs, na quarta-feira, ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Belarmino Lins (PMDB), que determine aos membros da Comissão de Óleo e Gás e Comissão de Serviços Públicos para que participem da reunião a fim de, juntamente com os demais convidados, se chegue a um consenso para resolver o problema da água de Parintins, cuja população vem sofrendo com relação a contaminação do lençol freático, principalmente com minerais pesados (alumínio e outros) por se tratar de uma bacia minerária.
*“Vamos ter uma conversa com o governador Eduardo Braga no sábado para ver de que forma se resolve o problema de Parintins por se tratar da saúde pública do município”, disse Campos, ressaltando se fazer necessário que a Prefeitura Municipal de Manaus, Prefeitura de Parintins e o governo federal, por meio do Ministério das Cidades se posicionem para resolver o problema que aflige os moradores do município.
*No ano passado, vários poços artesianos de Parintins foram lacrados pela prefeitura do município, a partir de levantamento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Parintins. De acordo com o estudo, a maior parte dos poços de abastecimento público em Parintins fornece águas com composição química que não obedece à legislação, pela contaminação por nitrato de alumínio e chumbo. De acordo com o levantamento, as altas concentrações de nitrato são resultado da precariedade do saneamento básico da cidade, que não possui sistema de esgotamento sanitário. Segundo Sinésio Campos, os estudos estão fundamentados nas análises químicas de amostras -colhidas de poços do município- pelo Lacem (Laboratórios Central de Saúde Pública do Amazonas), do Inpa, da universidade Católica de Brasília e da Embrapa da Amazônia Ocidental.
*O trabalho teve origem a partir da audiência pública realizada em abril de 2005, requerida por Campos, quando presidente da Subcomissão de Recursos Minerais, Óleo e Gás da ALE, na época foi formada uma comissão para investigar e apresentar um diagnóstico sobre Parintins.