O meu voto e porque o segundo turno é melhor para o Brasil - por Pedro Albuquerque
*Carta dirigida aos meus familiares, aos meus amigos e amigas, aos meus
ex-alunos e ex-alunas, aos meus/ minhas colegas, aos companheiros e
companheiras de tantas e meoráveis lutas:*
*Nas eleições de outubro próximo vou votar por conviccão em um dos
candidatos a Presidente da República e tenho uma posição que gostaria de
compartilhar com vocês acerca da importância do segundo turno.*
*O segundo turno tendencial seria entre Lula e Alkcmin. Nessa situação, o
meu voto irá para Lula. Mas é importante que Lula dispute um segundo turno
porque é melhor para o Brasil, para o PT e para a esquerda. Se Lula ganhar
no primeiro turno, a base política sobre a qual se apóia ganhará mais força
e poder. É uma base política ruim, pois é responsável pela sustentação da
atual política econômica, da não criação de porta de saída para os milhões
de miseráveis hoje dependentes de ações assitencialistas necessárias, mas
que não podem ganhar caráter permanente. É responsável, também, pela não
realização de uma mínima transformação na área da educação. Continuariam a
dar as cartas na manutenção dessas políticas os Sarney, os Renan Calheiros,
os Jader Barbalho, os Newton Cardoso, os demais componentes da ala mais
conservadora e fisiológica do PMDB, os banqueiros, os setores empresariais
mais dependentes dos recursos do Estado.*
*Para que essa base carreirista e oportunista se enfraqueça, a conjuntura
política precisa dar a Lula a possibilidade de buscar aliados em áreas
progressistas que dele se afastaram. Ora, se Lula é levado a disputar o
segundo turno, inevitavelmente será ele obrigado, por esta circunstância, a
negociar com a esquerda, especialmente com o PDT (Cristóvam Buarque,
Jeferson Peres) e com o PSOL de Heloísa Helena. Essa negociação dar-se-ia em
bases programáticas, o que daria ao PT a oportunidade de se relançar na cena
política como o maior protagonista de um governo de transformação social e
econômica, qualidade que ele perdeu em razão do peso fisiológico da atual
composição de forças que sustenta o governo Lula. Ganharia o Brasil e seu
povo, pois os rumos do governo tenderiam a retomar um projeto de país ou, ao
menos, a colocá-lo na agenda de dicussão.*
*Para isso é preciso que os candidatos de oposição cresçam eleitoralmente,
especialmente Cristóvam que precisa sair da preferência eleitoral de apenas
um dígito. É nele que vou votar por uma profunda convicção. Cristóvam é
íntegro, faz política sem artimanhas e faria a mais profunda revolução na
educação do país. Retomaria as idéias de escola de tempo integral de Anísio
Teixeira e Darcy Ribeiro que Brizola pôs em prática no Rio de Janeiro.
Federalizaria a educação básica, priorizando-a como política pública.
Transformaria o bolsa-família em bolsa-família-escola, tirando dos pobres a
condição de mendigos oficiais permanentes do governo ao dar-lhes a condição
de cidadãos e cidadãs de direitos. Cristóvam, como herdeiro dessa tradição,
teria força para impor esse projeto de redenção social como compromiso
programático ao futuro Presidente do Brasil, caso os eleitores resolvam
construir o segundo turno, única saída para impedir ou, pelo menos
neutralisar, a tendência conservadora de um governo de um Presidente
eventualmenhte eleito no primeiro turno.
*Vamos portanto ao segundo turno para ajudar a encontrar novos e melhores
rumos para o Brasil e para contribuir para um realinhamento de forças
sócio-políticas mais capazes de romper ou, pelo menos enfraquecer, o ciclo
fisiológico e sem imaginação transformativa que ora domina a paisagem da
política nacional.
*PEDRO ALBUQUERQUE
*Advogado (OAB-CE n.16.2240), sociólogo e professor licenciado da
Universidade de Fortaleza
*Doutorando em criminologia na Universidade de Ottawa, Canadá
*Endereço:
*9-180 rue Murray
*Ottawa, ON – Canada K1N 5M8
*Telefones: Residência: (613)562.9420; Universidade: (613)562.5800, poste
2351.