*A Universidade Federal do Acre (Ufac) vem batalhando para não perder o status de universidade e ser rebaixada para Centro Universitário. A Comissão Própria de Avaliação (CPA), já foi montada e está trabalhando para avaliar docentes, discentes e técnicos e repassar um relatório ao Ministério da Educação. O objetivo é verificar se a instituição está cumprindo de forma satisfatória seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
*Em outras palavras, segundo o coordenador da CPA na Ufac, professor Elder Andrade de Paula, o objetivo é que as universidades pequenas dêem um atestado, feito e assinado por elas, de que as coisas não vão bem no ensino superior. Se a Ufac não ficar bem colocada na avaliação (e todas as demais universidades chamadas periféricas) o rebaixamento para Centro Universitário ficará bem próximo.
*"Centros Universitários não fazem pesquisa, apenas formam advogados, jornalistas, professores. As verbas serão reduzidas e a sociedade será a maior prejudicada, pois não terá mais pesquisadores para adequar a realidade local às pesquisas que são feitas. Além disso, ficaremos mais reféns ainda do que é produzido nas grandes universidades e nos Estados Unidos, Flórida, no Império Americano", disse Andrade.
*Além da avaliação institucional, que foi instituída por lei e será acompanhada por uma comissão do MEC, a Ufac precisa cumprir a exigência de ter pelo menos três cursos de mestrado e um de doutorado com avaliação satisfatória pelo Capes, o que é quase impossível dentro do prazo determinado. "Temos como ter os cursos, e já apresentamos algumas propostas, mas com uma avaliação positiva não, precisaríamos de mais tempo", explicou.
*A situação da Ufac é delicada. "O governo quer um atestado de que não temos condições de continuar, mas estamos tentando virar a seta e fazer da avaliação institucional um instrumento para cobrar as responsabilidades devidas dos professores, alunos e do próprio governo, que tem que dar condições para que a instituição cumpra seu papel de ensino, pesquisa extensão de forma satisfatória", argumentou.
*Todos devem contribuir
*Para Andrade, todos devem procurar se mexer e contribuir para que a universidade não seja rebaixada para Centro Universitário. "Os alunos devem cobrar de suas instituições, como o DCE e a UNE, atitudes contra os pontos negativos da reforma. Se não funcionar, é preciso passar por cima e pôr a boca no trombone assim mesmo. A sociedade tem que se mexer também. Ela será a mais prejudicada caso a Ufac não possa mais realizar pesquisas", alertou.
*Na opinião do professor, a Reforma Universitária deveria ser retirada de pauta. "Não confio nos parlamentares que estão no Congresso. Eles não estão preocupados com a reforma e sim com a compra de votos. Que moral eles têm para discutir um assunto sério como este? Como podemos acreditar numa reforma feita por parlamentares vendidos, que não estão interessados nesta discussão?", comentou.