EM JULHO: Diversidade culturaL e gastronômica marcam festival em Vilhena

Este ano, o tema ‘Amazônia Fusion’ desafia os participantes a mesclar sabores amazônicos com influências culinárias internacionais

EM JULHO: Diversidade culturaL e gastronômica marcam festival em Vilhena

Foto: Divulgação

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Vilhena, o coração econômico do sul de Rondônia, se prepara para a sétima edição do Sicoob Sabor, um festival gastronômico que faz parte do calendário turístico do estado. De 2 a 23 de julho, o evento promete agitar a cena culinária local, envolvendo 27 estabelecimentos, desde restaurantes e pizzarias até confeitarias e cafeterias.


Durante este período, os clientes terão a oportunidade de votar em seus pratos favoritos, culminando em um encerramento festivo no Centro de Treinamento da instituição, repleto de palestras, atrações culturais, recreação e a cerimônia de premiação.

 

Concebido em 2017 pela gerente de comunicação, marketing e investimento social, Adevânia Silveira, e adotado pela diretoria da Credisul, o Sicoob Sabor nasceu da visão empreendedora de utilizar o espaço gourmet e cultural do centro de treinamento recém-construído, na época, para dinamizar a economia de Vilhena.

 

 

“A ideia era criar um evento que refletisse a diversidade e a riqueza de nossa cultura gastronômica, ao mesmo tempo em que estimulasse o desenvolvimento econômico e o empreendedorismo locais”, explica Adevânia.

 

Segundo Thiago Dal Cortivo, graduado em gastronomia e dono de um tradicional restaurante que funciona há 32 anos — “o festival traz benefícios para cidade”. Ele avalia que não apenas os comerciantes lucram. “Os clientes se permitem conhecer novos sabores e experiências, mais gente sai de casa para comer fora e isso aumenta o movimento e nos estimula a investir nos ambientes, no atendimento e em novas tecnologias na cozinha”, informa Dal Cortivo.

 

O festival não apenas fomenta a competição saudável e eleva a qualidade dos serviços, mas também inclui empreendedores de áreas correlatas à gastronomia: feirantes e agricultores participam de treinamentos e recebem suportes para projetos sociais. “A proposta é dar visibilidade e valorizar a cadeia produtiva os seus elos vilhenenses”, esclarece a idealizadora.

 

Há um ‘cinturão verde’ envolvendo a zona urbana com cerca de 4.500 produtores de hortaliças e legumes. Ano passado, vários deles passaram por treinamentos para adquirir conceitos sobre empreendedorismo e marketing, e puderam expor seus produtos durante o festival. Além disso, a Credisul promoveu a websérie “Do campo à mesa”, dirigida pelo cineasta rondoniense Lucas Oliver, contando o dia a dia de 12 agricultores, os cuidados com a terra, a cultura repassada de geração a geração e todo o processo de produção até que os produtos cheguem aos consumidores.

 

Do genuíno ao tradicional

 

Este ano, o tema ‘Amazônia Fusion’ desafia os participantes a mesclar sabores amazônicos com influências culinárias internacionais. Vilhena, conhecida como o portal da Amazônia Ocidental com cerca de 100 mil habitantes, é um mosaico de culturas, abrigando comunidades de alemães, italianos, árabes, japoneses e peruanos, entre outros.

 

Essa diversidade se reflete na gastronomia local, que nos últimos anos viu o surgimento de bistrôs elegantes e chefs como Thiago Dal Cortivo e Pedro Bagattoli, bastante conhecidos na cidade, que se mantêm atualizados com as tendências globais, sem deixar de lado as influências amazônicas.

 

“A oportunidade de desfrutar de pratos elaborados e deliciosos não se limita aos grandes estabelecimentos; ela se estende até os cantos mais modestos da cidade, como aqueles que frequento”, afirma a professora Cíntia de Lourdes Agnello, 29 anos. “A competição e os treinamentos oferecidos são importantes. Pelo que percebo, eles transformaram a culinária local, graças à iniciativa do Festival Gastronômico”, garante Cíntia.

 

Além de celebrar a cultura culinária, a Credisul enfatiza o empreendedorismo e a cooperação. “Desde o início, a educação financeira tem sido um pilar dos treinamentos oferecidos, beneficiando todos os envolvidos”, destaca Edevânia. O resultado é uma melhoria tangível na qualidade dos serviços e valorização da identidade.

 

“A gente não quer só comida”

 

O festival se tornou, ainda, um palco para a expressão de cultura em geral, com exposições de artes plásticas, esculturas, fotografia, artesanato indígena e apresentações musicais que ressoam com a essência nativista do projeto.

 

A Credisul até estabeleceu uma loja no centro de treinamento, onde produtos artesanais dos indígenas mamaindês são vendidos, com todos os lucros revertidos para a comunidade que produz as peças. A cooperativa de crédito também contribuiu com projetos de visitações turísticas, apresentações culturais dos habitantes originários e, ainda, com a ajuda de custos para a produção de pinturas em telas.

 

Autor: Júlio Olivar

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