INTEGRAÇÃO: Bolívia sedia encontro 'Sin Fronteras' de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica

O evento reuniu no Palácio da Cultura de Guayaramerín escritores e gestores culturais da Bolívia, Peru e Brasil na busca por integração cultural da região.

INTEGRAÇÃO:  Bolívia sedia encontro 'Sin Fronteras' de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica

Foto: Marcos Jorge Dias

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O I Encontro de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica aconteceu entre os dias 19 e 20 de maio de 2022, no Palácio da Cultura de Guayaramerín – Beni – Bolívia. Na oportunidade, escritores e gestores culturais da Bolívia, Peru e Brasil participaram dessa programação internacional com o objetivo de discutir fenômenos históricos que refletem nos atuais contextos fronteiriços amazônicos.

 

O Encontro foi coordenado pela Profa. Mgs. María del Pilar Gamarra Téllez  e pelo produtor cultural Juan Carlos Crespo Avaroma (Diretor do Palácio da Cultura) em parceria com a Universidad Aberta de Beni, Casa de Culturas Amazônicas, e outras organizações culturais da Bolívia. Diversos representantes marcaram presença, dentre eles, gestores dos departamentos de Pando (Cobija), Cochabamba, Beni (Trinidad e Riberalta), do Centro Cultural Boliviano-Japonês/Riberalta.

 

 

O Brasil, especificamente da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus José Ribeiro Filho - Porto Velho/RO eCampus Jorge Vassilakis – Guajará-Mirim/RO foi representado por uma delegação composta pelas professoras doutoras Auxiliadora dos Santos Pinto, Maria Cristina Victorino de França,  Zuila Guimarães Cova dos Santos e Luciana Riça Mourão Borges, além dos professores doutores Artur Souza Moret, Dante Ribeiro da Fonseca, Rogério Sávio Link e Hélio Rodrigues Rocha.

 

A delegação acreana foi composta pela radialista e poeta Nilda Dantas, o escritor Elias Pedroso, o poeta português (residente em Rio Branco) Manuel Sousa Fonseca, presidente da Casa da lusofonia acreana e o escritor Valdeci Duarte, que em sua conferência abordou o tema “La producción intelectual en las fronteras de la cuenca amazônica.

 

 

Do Campus Jorge Vassilakis – Guajará-Mirim/RO, graduandos/as do curso de Letras e suas respectivas literaturas: Andréia Nascimento, Camila de Souza, Daniel Vargas, Daniel Monasterios, Divina dos Santos, Edivane Oliveira, Eliane Oliveira, Janete Flores, Jhony Reina, Joana Dalila, Katy Penha, Rafaela Gomes e Rosivaldo Marques. Alunos/as egressos/as e estudantes de Pós-Gradução Álexy da Silva (UNIR), Josué de Melo (UNIR) e Joely Santiago (UFAC).

 

A programação começou com a professora octogenária, Gaby Cuellar Camacho, fazendo uma homenagem ao Grito libertário da América Latina 1809, mostrando ao público presente que para fazer revolução é preciso vigor e disposição, independentemente da idade; no mesmo tom revolucionário o escritor boliviano, José Luis Durán, não mediu palavras para falar do descaso das autoridades de seu país para com a cultura.

 

 

Maria del Pilar Gamarra Téllez, da Casa de Las Culturas Amazônicas, em suas “Reflexiones en torno al abordage de los estúdios de frontera en la cuenca amazônica”, enfatizou a necessidade de rompimento da bolha acadêmica, porque, segundo ela, “falar sobre fronteiras é muito amplo e se faz urgente e necessário que os gestores públicos dos países fronteiriços não meçam esforços para reduzir as barreiras históricas que nos fazem olhar uns para os outros como inimigos.”

 

Os debates mostraram que desigualdade social, violência, baixo IDH, recursos hídricos, meio ambiente, produção de energia e a desconstrução das fronteiras geográficas, geopolíticas e culturais da Bacia amazônica são problemas comuns aos países participantes do evento e que, somente com ações colaborativas, através da cultura e da educação, será possível melhorar as condições, inclusive econômicas, das pessoas que vivem na região.

 

 O escritor acreano Valdeci Duarte, em entrevista a este jornalista, falou que “esses encontros interculturais são extremamente importantes para que possamos aprender com nossos vizinhos da fronteira o que temos de semelhantes”. Para a radialista e poeta Nilda Dantas “mais que vender livros, os intercâmbios nos proporcionam oportunidades de ampliar nosso conhecimento de mundo e fazer novas amizades”.

 

O presidente da Casa da lusofonia acreana, Manuel Sousa Fonseca, ressaltou que cabe ao governo estadual e também a Universidade Federal do Acre, promover a realização de encontros culturais entre os países de fronteira, pois a troca de conhecimentos são imprescindíveis na construção de uma nova geopolítica para a região. A princípio, o que seria um encontro sobre a produção literária e estudos de fronteira, se revelou a partir das falas dos/as participantes, uma visão global de questões culturais, sociais, educacionais, políticas, econômicas e de desenvolvimento regional.

 

Nessa direção, com músicas, declamação de poesia, umas românticas, outras libertárias e danças tradicionais (como deve ser um encontro de poetas e literatos), a Bolívia já deu o primeiro passo, assim exposição de livros de autores/as nacionais, locais e internacionais estiveram à disposição do público presente, além de um delicioso coffee break de culinária boliviana, servido nos intervalos. Ainda sobre a parte cultural, cantoras como Carmen Bolívia Olvea e Barbarita Vaca abrilhantaram o evento com suas potentes vozes. No término do evento, aconteceu a entrega de certificados e o registro fotográfico aos presentes, no I Encontro de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica.

 

AUTOR: MARCOS DIAS JORGE
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