LITERATURA: Lançado há 35 anos, ‘O Conto da Aia” continua entre os mais vendidos

"O Conto da Aia alerta que, tipicamente, pessoas que buscam poder criam hierarquias que consolidam o poder masculino e patriarcal".

LITERATURA: Lançado há 35 anos, ‘O Conto da Aia” continua entre os mais vendidos

Foto: Divulgação

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Apesar de ter sido lançado em 1985, o livro de ficção “Conto da Aia”, da canadense Margaret Atwood, esteve entre os mais vendidos em 2019, de acordo com a lista da revista Veja, e ainda continua em alta. Para quem torce o nariz para os livros, tem a série que pode ser acompanhada (the Handmaid's Tale).

 

O livro levou a autora a vencer o prêmio de ficção científica Arthur C. Clarke. Tiago Lyra, editor da obra, da editora Rocco, atribui o sucesso do livro à "força literária" da autora, e por ela trazer à ficção especulativa temas que ainda são mais relevantes no século 21, como a opressão feminina e o fundamentalismo cristão na política.

 

Entenda “O Conto da Aia”

 

O Conto da Aia é centrado na personagem Offred. Ela perdeu a filha e o esposo para a República de Gilead e se torna uma das aias; a protagonista serve a um comandante do alto escalão do governo. Não fica claro qual é o nome real da personagem. Ela é apenas chamada de "Offred", que se origina de "of Fred" – em livre tradução para português, "do Fred". Em Gilead, as aias são, literalmente, possessões de seus comandantes.

 

Elas vestem o corpo todo de vermelho, exceto a cabeça, na qual elas usam uma touca branca com duas grandes abas, que as impedem de ver ao redor e de serem vistas também. As Esposas dos Comandantes são donas de casa inférteis e usam vestidos verdes. As Marthas são responsáveis pela limpeza e pela comida da casa dos Comandantes. As aias são preparadas para o posto pelas Tias – treino que inclui humilhações e tortura

 

Os Comandantes as estupram no período fértil, em um ritual bizarro no qual elas se deitam entre as pernas das Esposas dos Comandantes, enquanto os chefes as penetram. Se as aias tentam escapar, são assassinadas, pois a vigilância é intensa nas ruas de Gilead. Gays são chamados de "traidores do gênero" e são enforcados, assim como médicos que praticavam abortos em mulheres, antes dos Filhos de Jacob assumirem o poder.

 

A história é narrada por Offred e soa como o relato de uma testemunha. Atwood se baseou em notícias para construir o universo e o enredo de O Conto da Aia. Em seu acervo, na Thomas Fisher Rare Book Library, biblioteca da Universidade de Toronto – Atwood se graduou em Inglês na instituição, nos anos 1960 –, encontram-se com o manuscrito do romance os recortes de jornais feitos pela autora. São reportagens sobre o cerceamento às liberdades das mulheres e poluição do meio ambiente.

 

Poder masculino

 

"O Conto da Aia alerta que, tipicamente, pessoas que buscam poder criam hierarquias que consolidam o poder masculino e patriarcal", analisa a professora. "Insistem que a perda da liberdade das mulheres é justificável porque proporciona 'liberdade'. A falsa mensagem nisso é que mulheres precisavam de proteção da brutalidade masculina e essa proteção, supostamente, implica no escravizamento pelo estado."

 

Fonte: https://www.huffpostbrasil.com

@ caiodelcolli

 

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