Todos à espera da próxima janela partidária para mudar de siglas, muitos buscando uma agremiação sem muitos “Pelés”
Foto: Divulgação
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Desbranqueando
A jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia decidiu “desbranquear” e se meteu na floresta amazônica, de onde saiu para surpreender a todos com um ensaio impactante intitulado “Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia centro do mundo”. Banzeiro é o movimento natural da vida e òkòtó seria a espiritualização do progresso e quem conhece esses conceitos não os discute, até porque interpretações religiosas merecem mais respeito que bate-boca. Progresso e vida são unanimidades.
O novo no ensaio de Elaine, tornado um dos livros mais interessantes e surpreendentes dos últimos tempos, é o conceito de que o centro do mundo é a Amazônia. Nenhuma novidade para quem vive nela e se maravilha com a floresta no seu dia a dia, mas certamente um choque no eurocentrismo e na ideia de que Nova York, onde estão o touro de Wall Street e a Estátua da Liberdade, são o coração e a alma do planeta.
Céticos perguntarão como a jornalista e documentarista chegou a essa conclusão empolgante. O ouro que ornamenta os pescoços das madames nos grandes palácios e muita comida na mesa dos nababos do Norte do mundo saíram da Amazônia, mas não é só isso. Amazonizar-se, para ela, é redefinir os conceitos de centro e periferia: “O centro do mundo é o lugar onde há natureza, onde há vida, e não onde são tomadas decisões sobre a sua destruição”.
A confirmação
Ainda faltando licenças ambientais, o ministro dos Transportes Renan Filho (MDB) e o presidente Lula (PT) estão confirmando a pavimentação do trecho do meio – algo em torno de 400 quilômetros – na rodovia 319, que conecta Manaus a Porto Velho. Quando acontecerá é que são elas. Presidentes tem anunciado a obra desde Fernando Henrique Cardoso e de lá para cá, vários deles passaram pelo Palácio do Planalto com o mesmo papo. Lembrando que a região citada é um verdadeiro pântano e a pista da estrada vai precisar ser levantada alguns metros para não despencar em nosso inverno amazônico.
Até Marina
Conforme afirmações de parlamentares das bancadas do Amazonas, Acre e Rondônia até a ministra do Meio Ambiente Marina Silva já concorda com a obra e isto vai facilitar em muito a licitação da estrada parque. Em Rondônia, o agronegócio vê Mariana Silva como uma inimiga e politicamente ela é considerada por aqui um bode de bicheira na política. Ficou bem claro isto, com o apoio atribuído pela ministra ao candidato Samuel Costa a prefeitura de Porto Velho. A ligação com seu nome a Marina fez o combativo vermelhinho desabar para a lanterninha da disputa eleitoral.
Novos rumos
Deputados federais e estaduais com cotações pífias procuram em Rondônia novas alternativas para se eleger na sombra do boi. No União Brasil, por exemplo, com postulantes fortes como Junior Gonçalves e a esposa do governador Marcos Rocha, Luana Rocha, candidatos como Lebrão (aquele flagrado recebendo propinas) terão dificuldades para obter um novo mandato. Também na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais com votação baixa, fazem as contas diante de concorrentes fortes, como vereadores predadores, ex-deputados estaduais e novas lideranças surgindo no pedaço.
No bico do corvo
Também em virtude de novos projetos e falta de confiança nas lideranças partidárias, que detém o controle com mãos de ferro nas legendas, políticos graduados buscam a troca de partidos. Um dos casos é o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) que está na busca de uma legenda que lhe possibilite disputar o governo estadual ou uma as duas cadeiras ao Senado. Todos à espera da próxima janela partidária para mudar de siglas, muitos buscando uma agremiação sem muitos “Pelés”, destinando espaço suficiente para se reelegerem. Tem muito estadual no bico do corvo, com dificuldades para obter um novo mandato.
A regionalização
É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, conhecido antigamente como Palácio Presidente Vargas. Senão, vejamos os nomes inicialmente cogitados: na região sul do estado já se tem o senador Jaime Bagatoli (PL) como candidatíssimo e ele já busca visibilidade no cenário estadual. Na Região do Café e Zona da Mata desponta o nome do prefeito reeleito Adailton Fúria (PSD), na Região Central o senador Marcos Rogério e caso Ivo Cassol (Zona da Mata) não recupere a elegibilidade, a deputada federal Silvia Cristina pode ser a postulante do PP o CPA.
Mais candidatos
Seguindo a lista dos governadoráveis para 2026, temos na região do Vale do Jamari, o senador Confúcio Moura, também ex-governador já dando pista que deseja voltar ao CPA. Na capital, os nomes ventilados são do vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil), do prefeito Hildon Chaves (PSDB) e do deputado federal Fernando Máximo, que está no União Brasil esperando a janela partidária que permite a transferência de legenda sem perca do mandato em meados do ano que vem. A esquerda amassada pelo bolsonarismo tenta se erguer, depois de levar muita bordoada nas eleições municipais e não tem nem candidato cogitado.
Via Direta
*** Detentor da indicação do Ministério dos Transportes, com Renan Filho, o MDB pode melhorar sua popularidade em Rondônia se de fato conseguir colocar em andamento a ponte binacional em Guajará Mirim, a duplicação da BR- 364 e a implantação da esperada estrada parque na Rodovia 319 *** Outras obras esperadas para 2025 em Rondônia de outros ministérios: a Usina Hidrelétrica de Tabajara em Machadinho do Oeste, a completa dragagem da hidrovia do Rio Madeira entre Rondônia e o Amazonas *** Vamos acreditando, aldeões de pouca fé! O governo Lula 3 está reagindo.
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