Dos 23 vereadores que elegeu, onde quase todos já se bandearam para a nova gestão
Foto: Divulgação
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Impossível não prestar atenção ao que diz o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura no governo Lula. Sem cair na estupidez de recorrer a insultos, grave defeito que desmerece grande parte dos políticos na atualidade, Rodrigues faz uma crítica racional ao ex-chefe: ele pensa que em seu terceiro mandato o presidente Lula não imprime ao governo a visão estratégica necessária para alavancar e proteger o agronegócio brasileiro da competição externa.
A crítica é efetivamente racional e respeitosa, mas será justa? Lula é e tem origem interiorana, mas formou seu pensamento na militância em atividades metropolitanas. No entanto, objetivamente, Rodrigues não critica de fato o presidente, mas o desinteresse do governo em geral em garantir acordos comerciais com grandes países consumidores, como China e Índia.
Sendo o governo uma colcha de retalhos formada por arranjos envolvendo os aliados do PT na formação da chapa vencedora, o que se nota é o predomínio dos interesses urbanos no terceiro governo lulista. É esse viés que Rodrigues qualifica de falta de visão estratégica, até porque o foco urbano dominante não evitou a desindustrialização. É certo que os problemas das grandes cidades são asfixiantes e frequentam mais o noticiário que as realidades rurais, mas Rodrigues é justo ao propor o foco em acordos com as grandes nações consumidoras de alimentos.
Pé na estrada
Ex-deputado estadual constituinte, ex-senador, e ex-ministro da Previdência, Amir Lando (MB) está de volta a política, circulando nos bastidores tendo como seu propósito disputar uma cadeira a Câmara dos Deputados. Se tem um integrante da velha guarda da política rondoniense que merece voltar ao pódio, é o ex-barbicha de bode, como era taxado pelos adversários nos anos 80. Não só pelo fato de ter sido um destacado tribuno no Congresso Nacional, mas pela sua importância histórica. Ele teve participação ativa nos projetos de colonização em Rondônia nos anos 70.
Jaru, 43 anos
Não poderia deixar de registrar nas más traçadas linhas desta coluna mais um aniversário de emancipação do município de Jaru, agora com 43 anos de autonomia. Conheço o município desde os primórdios, ainda distrito de Ariquemes, onde rolava uma malária doida e o povoado era alvo de bulling pela presença de muitos doidos na região. Daí, quando se referiam na época a alguma pessoa transtornada, se perguntava na capital: “você é doido mesmo, ou é de Jaru?”. Longe dos estigmas, Jaru cresceu, ganhou novos rumos e hoje é um município progressista, voltado ao agronegócio.
Na história
Na história política de Jaru, lembro que o deputado estadual Tomás Correia, posteriormente prefeito de Porto Velho sucedendo Jeronimo Santana (era seu vice) foi eleito pela primeira vez, em 1982, com votos jaruenses colhidos pelo apoio do aliado Sidney Guerra que depois também foi deputado estadual e pelos Muletas, que posteriormente criaram asas no cenário político rondoniense. Correia atualmente reside em Jaru onde tem uma bela fazenda, habito dos políticos rondonienses, voltados ao agronegócio. Vida longa, Jaru, onde o prefeito Joaozinho Gonçalves está fazendo sua história.
Correndo trecho
De asas crescidas, correndo trecho desde já nos municípios, a deputada federal Silvia Cristina (PP) é um nome cogitado ao Senado, mas também alternativa do seu partido para disputar o governo do estado, caso o ex-governador Ivo Cassol continue rifado pela justiça eleitoral. Ivo não se mexeu nas eleições municipais, mostrando que ainda espera uma decisão judicial para que fique elegível. Os adversários já não contam com ele na disputa de 2026, mesmo porque seria um candidato indigesto. Estima-se que ele venceria com um pé nas costas nomes como o senador Jaime Bagatolli e outros aspirantes, ao CPA, como o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil).
Atenção especial
Nas visitas aos deputados federais e senadores de Rondônia durante a semana, o prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) dedicou atenção especial ao encontro com o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), um grande aliado na peleja bem-sucedida a prefeitura da capital rondoniense. Especula-se que Leo e Máximo estejam formando um novo bloco político para as eleições de 2026. Não se sabe, se com Máximo disputando uma cadeira ao Senado, ou até mesmo o governo estadual. Ambos já estão esquadrinhando esta nova coalizão que já conta com pelo menos com uma dúzia de prefeitos eleitos no pleito de outubro deste ano.
Congestionamento
Na hipótese de Fernando Máximo disputar uma das duas cadeiras ao Senado, que serão renovadas, teremos um baita congestionamento de postulações em Porto Velho neste segmento, pois já se tem como certo que o governador Marcos Rocha (União Brasil) e o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) se direcionam no mesmo caminho. Ora, a fragmentação de votos na capital é o que todos os possíveis postulantes do interior ao Senado, como Marco Rogério (Ji-Paraná), Confúcio Moura (Ariquemes), Silvia Cristina (Ji-Paraná), Expedito Junior (Rolim de Moura) querem. Seria pedir demais aos deuses, a coisa serve sob medida para os candidatos da roça.
Piratas do madeira
Constatando mais facilidades para agir em Rondônia, onde a repressão ainda é insuficiente, os chamados piratas da madeira estão infestando Porto Velho e não agem apenas no roubo de cargas de soja, de combustível, ou saqueando embarcações de passageiros, levando tudo que é possível. Os bandidos estão atuando também em outras frentes, disputando espaço com as facções criminosas do narcotráfico. Estão ainda nos garimpos ilegais e entrando na seara do tráfico de drogas. Já se sabe que os piratas da madeira também estão instalando seus escritórios do crime em grandes comunidades, a saber, no Orgulho do Madeira Morar Melhor, Porto Madeiro e Santa Barbara.
Via Direta
Aos poucos os rios acreanos e rondonienses começam a subir prometendo normalidade para breve. Em Rondônia a expectativa é pelo retorno da navegação na Hidrovia do Madeira já nos próximos dias *** Afinal estamos no início do inverno amazônico, o que significa grandes temporais, com muita água rolando e baitas alagações, por exemplo em Porto Velho, nas regiões mais baixas da cidade *** Vejam como é a política: tem vereador eleito que se dizia amigo do peito do prefeito Hildon Chaves (PSDB) se escalando para ser o líder do prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) *** Hildão deve ter um coração de aço para sobreviver a tantos punhais da traição, seja os oriundos do CPA Rio Madeira, seja dos 23 vereadores que elegeu, onde quase todos já se bandearam para a nova gestão.
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