Quando a TV analógica era mais popular, apesar da velocidade ser maior, o sinal poderia vir com problemas, a exemplo dos famosos “chuviscos” na tela. Hoje, isso é quase impossível. Na tentativa de reduzir os atrasos na transmissão de TV, Pedro Rabelo explica que possuir uma antena analógica pode ser um diferencial. O especialista é diretor de uma empresa que atende lojas digitais.
“Além de se ter uma melhor internet, outra solução, cujas vendas multiplicaram recentemente, é comprar uma antena analógica. Recentemente, esse produto bombou em marketplaces”, sugere Rabelo.
A diferença dos sinais entre TVs pagas e gratuitas podem variar de 4 a 10 segundos, conforme descreveu Rabelo ao explicar as causas dos delays entre os serviços. De um lado, os canais abertos têm uma ligação direta com o telespectador, enquanto os pagos ainda precisam ser retransmitidos.
Na prática, a Copa do Mundo, por exemplo, fica disponível tanto para a TV aberta como a fechada. A questão é que a segunda ainda precisa levar o sinal para a sede dela e fazer uma redistribuição deste para os assinantes. Tal obstáculo não existe nas emissoras gratuitas, cuja transmissão é quase imediata. O mesmo acontece com os sinais de rádio.
“Para chegar à TV aberta, o sinal bate nas antenas [das casas], e o sinal bate quase que imediatamente na ponta do consumidor. Já o sinal, no casso da TV por assinatura, precisam redistribuir a transmissão por fibra ótica ou por satélite, além de precisarem codificar e decodificar o sinal em cada uma das pontas. Em média, segundo testes recentes, são de 4 a 10 segundos”, explica o especialista.
Os streamings…
No caso das plataformas de streamings, o atraso pode ser ainda maior. A Amazon, grupo proprietário do Prime Video, usa o exemplo do futebol para explicar delays de até 30 segundos. Segundo a empresa americana, a jornada da câmera à tela do consumidor passa por várias etapas, a exemplo:
duração de codificação de vídeo;
operações de consumo e embalagem;
protocolo de propagação e transporte da rede;
comprimento do segmento;
políticas do aplicativo de reprodução, etc.
“Com o streaming tradicional de taxa de bits adaptativa, a latência de vídeo depende, principalmente, do comprimento do segmento de mídia. Por exemplo, se os segmentos de mídia tiverem 6 segundos de duração, o aplicativo de reprodução já começa com 6 segundos de atraso em relação ao tempo absoluto real quando solicita o primeiro segmento”, explica o artigo da Amazon.
Mais qualidade, menos usuários
Petersen também alerta para a qualidade da conexão de internet e número de usuários da rede em determinada residência. Quanto pior for o serviço, maior deve ser o atraso. O mesmo serve para a quantidade de pessoas conectadas. Para minimizar os danos, a recomendação é focar nestes dois pontos, caso o consumidor só tenha acesso ao streaming.
“É possível optar, caso haja disponibilidade, por outro meio que tenha menos propensão à atrasos, como a TV digital ou o rádio. Caso não seja possível, a opção é reduzir a quantidade de usuários na internet, que está reproduzindo o conteúdo, por exemplo, e ter uma conexão rápida e de boa qualidade. Isso, certamente, terá impacto na experiência da transmissão”, analisa o especialista.
Lá vai um resumo para você ficar por dentro de como evitar os famosos delays! Via de regra, a melhor experiência para o acompanhamento quase simultâneo ao evento transmitido se dá pelo rádio e TV aberta. Na sequência, aparecem os canais fechados. Os mais lentos são os serviços de streamings, dependentes de diversos fatores.